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Ex-PM pega 60 anos de prisão pelo 'Caso da Cavalaria'

Por REJANE LIMA
Atualização:

Após quase 18 horas de julgamento, o ex-segundo tenente da Polícia Militar, Alessandro Rodrigues de Oliveira, de 33 anos, foi condenado a 60 anos de reclusão por participação no homicídio de três jovens no crime que ficou conhecido na Baixada Santista como "Caso da Cavalaria". Iniciado às 10 horas de ontem, o júri no Fórum da Praia Grande terminou por volta das 3h30 da madrugada. Este foi o segundo julgamento do ex-tenente, que em 4 de julho de 2002 havia sido condenado a 59 anos e seis meses de reclusão. O crime aconteceu em fevereiro de 1999. Conforme os autos, os jovens Anderson Pereira dos Santos, de 14 anos, Thiago Passos Ferreira, de 16 anos, e Paulo Roberto da Silva, de 21 anos, foram abordados de forma violenta pelos policiais quando saíam de um baile de carnaval no Ilha Porchat Clube, em São Vicente. Para ocultar o crime de abuso de autoridade, os policias teriam executado as vitimas. Os corpos só foram encontrados 17 dias depois em um manguezal em Praia Grande.Os quatro policiais que participaram da ação pertenciam do Regimento de Cavalaria 9 de Junho, da capital, e estavam no litoral reforçando o policiamento da temporada. Eles foram expulsos da corporação. O ex-soldado Humberto da Conceição participou de três júris e, no terceiro, em setembro de 2007, foi condenado a 56 anos, mesma pena que o ex-soldado Marcelo de Oliveira Christov obteve em seu segundo júri, em abril de 2006. Já o ex-soldado Edivaldo Rubens de Assis foi condenado a 49 anos em seu segundo julgamento, em março de 2006. Atualmente, os três cumprem pena no regime semiaberto. Advogado de Oliveira, Marcos Ribeiro de Freitas, já recorreu para pedir a nulidade do júri e a redução da pena, alegando que alguns quesitos foram formulados de maneira irregular. "Foi injusto, porque ele foi colocado como coautor e obteve uma pena maior que a dos autores", argumenta o advogado, que defendeu a absolvição do cliente pelo homicídio e sua condenação pelo fato de ter se omitido e não punido os seus subalternos quando soube do crime.

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