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Marin garante Mano 'no momento' e pede voto de confiança à seleção

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Por RODRIGO VIGA GAIER

Apesar das especulações sobre um enfraquecimento do técnico Mano Menezes após a perda do ouro olímpico em Londres, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, disse que a seleção está no caminho certo e que o treinador continua no cargo, e pediu um voto de confiança na equipe. "Não há nenhuma razão para cogitar mudança no momento, estamos no caminho certo", afirmou o presidente da CBF nesta terça-feira ao anunciar mais um patrocinador para a seleção. "Confio no técnico e na comissão técnica, no Andrés Sanchez (diretor de seleções) e temos etapas que já foram cumpridas e ao mesmo tempo vamos formando uma equipe, temos uma base, o que muito se cobrava", completou. No entanto, ao ser questionado se poderia garantir que Mano será o técnico na Copa do Mundo de 2014, Marin não foi enfático. "Não posso raciocinar em hipótese e sobre o futuro. Damos condições a ele para desenvolver seu trabalho com tranquilidade. Podem perguntar à comissão técnica se alguma vez tiveram pressão do Marin; tenho certeza que vão falar que não", disse. "Espero que toda a comissão técnica esteja conosco até 2014, esses são nossos votos. Eles sabem que podem trabalhar totalmente tranquilos." Desde a derrota por 2 x 1 para o México, na final olímpica do último dia 11, começaram a surgir na entidade rumores sobre mudanças na comissão técnica. Mais uma vez, foram cogitados nomes como os de Muricy Ramalho, atual técnico do Santos, e de Luiz Felipe Scolari, do Palmeiras, campeão do mundo com o Brasil em 2002. "Não posso negar que são meus amigos e gosto muito dos dois", declarou Marin à Reuters. Além da amizade com Marin, pesa a favor de Felipão o fato de ter levado a desacreditada seleção de 2002 ao pentacampeonato mundial. Já contra Muricy pesaria a negativa dele ao convite para dirigir a seleção antes de a entidade fechar com Mano Menezes, em 2010. Por outro lado, ele levou o Fluminense ao título brasileiro em 2010 e o Santos à conquista da Copa Libertadores no ano passado. O Brasil, com sua seleção principal, fará amistosos a partir de setembro, contra África do Sul, China e Argentina, e as partidas, a maioria delas em casa, são consideradas provas de fogo para Mano Menezes. "Faço um apelo a todos para caminharmos com serenidade e darmos um crédito de confiança a essa equipe", destacou Marin. Mais cedo, em outro evento no Rio de Janeiro, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, saiu em defesa do técnico Mano Menezes, mas declarou que o Brasil perdeu o ouro para o México porque não estava com sua defesa titular. "Todo técnico no Brasil vive com pressão. Acho que o Mano vai bem e ele é tão bom quanto outros do Brasil. Temos os melhores jogadores do mundo", avaliou. "A questão é que não jogamos com a nossa defesa titular. O David Luiz e o Daniel Alves não jogaram as Olimpíadas." DÍVIDA DOS CLUBES O presidente da CBF e o ministro estiveram reunidos esta semana para discutir um projeto para equacionar a bilionária dívida dos clubes brasileiros com órgãos federais. Segundo Marin, a minuta do projeto a ser apresentado ainda este ano ao Congresso prevê a conversão de dívidas dos clubes de todas as divisões em investimentos olímpicos. "Quem deve mais, vai ter que investir em mais modalidades esportivas visando formação de jovens e futuros atletas para o país", declarou Marin. A partir da entrada em vigor da nova lei, caso o projeto seja aprovado, os clubes teriam que honrar todas as suas dívidas com INSS, FGTS, Receita Federal e outros. Se isso não for feito, a CBF ameaça com a perda de pontos em competições. "Não queremos criar uma solução para o que já passou e criar um novo problema no futuro. Se falar em perda de pontos, os clubes pagam", garantiu o presidente da CBF.

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