Milhares cruzam lagoa para fugir de guerra no Sri Lanka

PUBLICIDADE

Por C. BRYSON HULL E RANGA SIRILAL
Atualização:

Milhares de civis acuados por rebeldes atravessaram uma lagoa para fugir da zona de guerra do Sri Lanka, onde forças do governo cercaram os separatistas tâmeis no que parece ser a batalha final em um conflito de 25 anos, disseram militares e uma fonte da ONU. Os militares disseram que imagens aéreas confirmaram o êxodo de cerca de 5.000 pessoas de uma pequena faixa de areia, onde segundo os EUA a guerrilha Tigres da Libertação do Tâmil Eelam (TLTE) mantém milhares de pessoas à força. O governo do Sri Lanka e o TLTE rejeitaram na quinta-feira os apelos da ONU e dos EUA para proteger civis, única proteção da guerrilha para evitar um ataque total dos militares. "Até agora, 2.000 civis já cruzaram a lagoa. Há um grande número de pessoas cruzando, e (os rebeldes) atiraram. Quatro pessoas morreram, 14 ficaram feridas", disse o porta-voz dos militares, general Udaya Nanayakkara. Ao anoitecer havia 2.700 pessoas liberadas, e pelo menos outras 1.000 esperavam, embora a escuridão dificultasse as avaliações, segundo ele. Antes, o representante interino da ONU no país asiático, Amin Awad, disse à Reuters que fontes locais na zona de combate disseram que até 6.000 pessoas fugiram ou estariam tentando fazê-lo, mas que os rebeldes atiravam nos civis. A Força Aérea informou que helicópteros resgataram 12 civis da área. Por causa dos ataques rebeldes, os médicos abandonaram o único hospital que restava na zona de guerra, com 2.000 pacientes. Na quarta-feira, o Conselho de Segurança da ONU e o presidente dos EUA, Barack Obama, pediram ao TLTE que se renda e liberte seus dezenas de milhares de reféns, e aos militares que parem de atirar nas pessoas e evitem o uso de armas pesadas. A Cruz Vermelha disse na quinta-feira que pelo terceiro dia consecutivo foi impedida de levar mantimentos médicos e retirar feridos da zona de combates. (Reportagem adicional de Shihar Aneez)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.