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Parada Gay toma a Paulista e líderes pedem direitos iguais

Sob o tema 'Homofobia mata: por um Estado laico de fato', evento arrasta multidão, comandada por 22 trios

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Por Danielle Chaves e da Agência Estado

A 12.ª Parada do Orgulho Gay levou uma multidão à avenida Paulista neste domingo, 25, em São Paulo. O evento começou por volta das 12h30 e continuou até o fim da noite. Por volta das 18 horas, os 22 trios elétricos que participaram da Parada Gay já haviam atravessado a Avenida Paulista. Mas isso não significou o fim da festa. A multidão que ainda ocupava boa parte da Paulista depois da passagem dos trios se dirigia para a Rua do Consolação, descendo em direção à Praça Roosevelt, onde a música eletrônica comandava o público. Os organizadores ainda não divulgaram um número oficial de quantas pessoas foram ao evento. A estimativa inicial era de que fosse ultrapassado o recorde divulgado no ano passado, de 3,5 milhões.    Veja também: Trajeto e história da 12ª Parada Gay de São Paulo Funcionário de trio elétrico é atropelado na Parada Gay de SP PM registra 150 ocorrências de furtos na Parada Gay de SP Fotos da festa Silvetty Montilla foi a primeira a subir nos trios. Depois dela, foi a vez do presidente da associação organizadora da parada, Alexandre Santos. O depoimento mais forte foi feito pelo presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays e Transexuais (ABLGT), Toni Reis, ao citar que nos últimos 20 anos mais de 2.800 homossexuais foram mortos no Brasil. Reis pediu que todos sejam tratados como cidadãos. "Nós queremos que todos sejam tratados de forma igual perante a lei", disse. Também participaram da abertura do evento a senadora Fátima Cleide (PT-RO), relatora do projeto de Lei 122, do Senado, que prega a criminalização da homofobia; a deputada Cida Diogo (PT-RJ); e a ministra do Turismo, Marta Suplicy. Segundo a PM, a Parada tomava conta de praticamente toda a extensão da Paulista. Um cordão de balões coloridos, formando um arco-íris, chamava a atenção no local. O término do movimento está programado para as 21 horas, mas pode se estender além desse horário. A ministra do Turismo comandou o trio elétrico do Ministério, o segundo a desfilar na Parada Gay. Muito animada, Marta dança e distribui bandanas com o símbolo do Ministério para as pessoas que acompanham o trio. Lembrando o mote da Parada Gay deste ano, Marta afirmou que a aprovação do Projeto de Lei 122, que criminaliza a homofobia, é muito importante. "O turismo gay é um segmento significativo economicamente, ter um marco regulatório é essencial para atrair mais turistas desse segmento", disse a ministra, destacando que a Parada Gay deste ano atraiu 327 mil turista para a cidade de São Paulo, 5% deles estrangeiros. Cartilha para orientar policiais A Polícia Militar de São Paulo criou uma cartilha para orientar os mil policiais que prestaram serviço no evento. "Nesta parada distribuímos para todos os policiais uma cartilha para reforçar a idéia sobre o que é homofobia e qual deve ser a postura no caso de qualquer incidente; a PM está aqui para garantir essa diversidade", declarou o comandante e supervisor da operação, coronel Álvaro Camilo. Em sua avaliação, o total de mil policiais, que estavam distribuídos desde o Masp até a Praça Roosevelt, é um número "mais que suficiente" para garantir a segurança de um público esperado pela polícia de 3,5 milhões. No ano passado, o policiamento foi feito por cerca de 700 homens.  Moradores da região Os moradores da região pareceram aproveitar a Parada Gay neste ano. Bandeiras com as cores do arco-íris - símbolo da causa homossexual - podiam ser vistas nas janelas de alguns apartamentos. Na Rua da Consolação, moradores aproveitavam as marquises sobre algumas lojas para improvisar um camarote e curtir a festa de um local privilegiado. Também não faltaram as tradicionais fantasias. Desde luxuosos vestidos de princesa até singelas sungas de super-homem, todos tentavam de alguma forma se manifestar e pedir tolerância à opção sexual de cada um. Nos postes ao longo das vias por onde passou a Parada Gay, banners davam o tom político da festa: "Se a expressão de qualquer amor é um direito, o Estado garante, as religiões respeitam." (com Ana Luísa Westphalen, da Agência Estado) (Matéria atualizada às 22h10)

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