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Primo de brasileiro é investigado no Líbano

Líbano pode pedir ajuda à PF na busca por Zuheir Omais, primo de Mohamad Kassen.

Por Tariq Saleh
Atualização:

As Forças de Segurança Internas (FSI) do Líbano estão investigando o brasileiro Zuheir Omais, primo de Mohamad Kassen Omais - o médico também de cidadania brasileira que foi solto na sexta-feira, após passar sete dias na prisão no país. A informação foi dada à BBC Brasil por um oficial ligado ao setor das FSI que investiga o caso e, segundo ele, as autoridades libanesas estudam um pedido de auxílio da Polícia Federal brasileira com o objetivo de localizar Zuheir Omais, que estaria em uma lista de procurados e foragido no Brasil. "As FSI podem pedir, por meio da Interpol, um auxílio das autoridades do Brasil para que auxiliem na localização de um suspeito de terrorismo", afirmou o oficial. Ele ressaltou que Zuheir Omais já teria antecedentes criminais no Líbano, mas não quis comentar quais crimes já teria cometido e quais suspeitas recaem sobre ele. "Por enquanto ele responde, concretamente, a acusações de falsidade ideológica e adulteração do passaporte libanês que pertence a seu primo (Mohamad Kassen Omais)." Terrorismo Outra fonte, da inteligência do Exército libanês, frisou a seriedade do caso e disse que teria relação com atividades "terroristas". Segundo a fonte, o passaporte adulterado de Mohamad Kassen Omais poderia estar vinculado a recentes atentados à bomba e ao conflito do ano passado no campo de refugiados palestinos de Naher el Bared, no norte do país. "O rumo das investigações sobre os atentados e o apoio com armas aos terroristas do Fatah al Islam (grupo militante que usava o campo de refugiados como base) já determinaram que cidadãos libaneses estão envolvidos. E estas mesmas pessoas fizeram várias viagens à Síria nos últimos tempos", disse a fonte. Extradição Mas de acordo com o cônsul-geral do Brasil em Beirute, Michael Gepp, se as autoridades brasileiras pedirem a extradição de Zuheir Omais, isso não seria efetivado. "Mesmo se a nossa polícia o localizasse, o Brasil, por lei, não extradita cidadãos brasileiros, nem natos nem naturalizados, somente em caso de tráfico de drogas", destacou Gepp. O cônsul disse que espera uma cópia do dossiê que será fornecido ao advogado de Mohamad Kassen Omais, Ayad Fares, sobre os detalhes da investigação. Procurado pela BBC Brasil, Fares disse que ainda não havia recebido o relatório da polícia libanesa sobre o caso, mas ele afirmou que as autoridades chegaram ao nome de Omais por meio de cópias do passaporte de seu cliente. "O passaporte original foi parcialmente incinerado, e descobriram cópias em que nitidamente constavam os dados e a foto de Zuheir". Segundo ele, a fiança estipulada pelo juiz libanês, que determinou a libertação de Omais, foi irrisória - US$ 300 - mas com a condição de ele cooperar nas investigações, fornecendo informações sobre suas viagens nos últimos 10 anos, suas rendas anuais e outros detalhes. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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