PUBLICIDADE

Rodízio de caminhão não afeta comércio, diz secretário

Por CAROLINA FREITAS
Atualização:

O secretário municipal de Transportes de São Paulo, Alexandre de Moraes, negou hoje que as duas medidas anunciadas na terça-feira para restringir a circulação de caminhões na capital paulista tragam risco de desabastecimento ao comércio. "De forma alguma, as medidas prejudicam o abastecimento", disse. Ele afirmou ainda que as transportadoras devem rever seu planejamento logístico. "Basta uma reprogramação", disse. "Das 21 às 5 horas é plenamente possível fazer toda a carga e descarga necessárias." Além da proibição de rodagem de qualquer veículos de carga em uma área de 100 quilômetros quadrados da região central, das 5 às 21 horas, a inclusão dos caminhões no rodízio tirará cerca de 40 mil desses veículos das Marginais do Tietê e do Pinheiros e da Avenida dos Bandeirantes. Segundo o secretário, dos 3 mil supermercados da cidade, 75% estão fora do perímetro de proibição a circulação de caminhões e poderão manter o abastecimento durante o dia. "A maioria dos outros 25%, da região central, já recebe mercadorias de madrugada." Depois de publicado o decreto com as medidas, a secretaria, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e a Polícia Militar (PM) ajudarão a montar um novo esquema logístico para a cidade. "Esse é o grande desafio", disse. "E é obvio que as transportadoras têm total condição de se adequar a ele." Está proibido ainda o estacionamento de caminhões dentro da cidade nos horários de restrição. Quem não conseguir sair a tempo do horário de proibição ou rodízio precisará procurar um estacionamento particular ou a garagem da empresa. "A área é como uma fronteira, com horário marcado para entrar e sair", afirmou Moraes. "Se o caminhoneiro estiver em São Paulo às 5h15, será multado", disse. Filas O presidente da CET, Roberto Scaringella, descartou a possibilidade de se formarem filas de caminhões nos acostamentos das estradas que chegam a São Paulo. O temor foi levantado durante a semana por associações de transportadores. "Da mesma forma que não se vêem filas de carros a espera do fim de horário de rodízio no limite do Centro Expandido, não se verão caminhões nessa situação", afirmou. "As empresas saberão se programar, vindo seus veículos do município, da Região Metropolitana, do interior do Estado ou do resto do Brasil." O perímetro em que será preciso fiscalizar a proibição de caminhões na cidade quadruplicou - passou dos atuais 25 Km² para 100 Km² -, mas a Prefeitura diz serem desnecessárias contratações de fiscais para atuar na região. "Não aumentaremos o efetivo", disse o secretário de Transportes. "Alterar nossa logística de fiscalização será suficiente." Isso porque, segundo Moraes, estudos da secretaria e da CET apontaram que a fiscalização da área menor ou a maior exige o monitoramento das mesmas vias, onde hoje já há agentes de trânsito.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.