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Juiz federal arquiva investigação sobre Haddad por suspeita de caixa 2 em eleições de 12 anos atrás

Inquérito da Polícia Federal foi aberto com base na delação de executivos da Odebrecht e dos marqueteiros João Santana e Mônica Moura na Operação Lava Jato; magistrado da 10.ª Vara Federal em São Paulo destacou que ‘investigação já se prolongava por longo tempo, sem qualquer conclusão ou indicação razoável contra os investigados’

Foto do author Rayssa Motta
Foto do author Fausto Macedo
Por Rayssa Motta e Fausto Macedo
Atualização:

A Justiça Federal em São Paulo decretou o arquivamento de uma investigação policial sobre o ministro da Fazenda Fernando Haddad por suspeita de caixa 2 nas eleições municipais de 2012 - na ocasião, o petista disputou e venceu o pleito, derrotando o tucano José Serra na corrida à Prefeitura da Capital.

A decisão judicial acolhe manifestação da Procuradoria da República, que requereu o arquivamento da investigação.

Fernando Haddad, hoje ministro da Fazenda Foto: Wilton Junior/Estadão

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O inquérito da Polícia Federal foi instaurado há quase uma década e teve como base as delações premiadas de executivos da Odebrecht e dos publicitários João Santana e Mônica Moura. na Operação Lava Jato.

Ao decretar o encerramento da investigação, o juiz Juiz Silvio Gemaque, da 10ª. Vara Federal Criminal, apontou: “A investigação já se prolongava por longo tempo, sem qualquer conclusão ou indicação razoável contra os investigados.”

Ele destacou que o próprio Ministério Público Federal, em sua promoção de arquivamento, ‘alude à carência de materialidade como que de absoluta ausência de prova de autoria’.

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Ao fundamentar o pedido de arquivamento, a Procuradoria anotou que ‘a investigação não permite com segurança, quanto mais a se dizer, de maneira corroborada por provas para além de acordos, isolar e vincular pagamentos ilegais que sejam sem ambiguidade feitos à campanha objeto da presente investigação’. “Tanto assim, a se considerar apenas a materialidade do delito. Quanto à autoria, sua situação é ainda mais precária.”

Essa não é a primeira vez que a Justiça reconhece a improcedência de acusações que envolviam a suposta prática de caixa 2 na campanha de 2012, de Haddad.

Em 2019, o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou o arquivamento de ação penal instaurada a partir da delação do empresário Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia.

Em 2021, o Ministério Público Estadual promoveu o arquivamento de inquérito policial instaurado a partir da delação premiada do ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro. Segundo a Promotoria, as declarações do delator não foram comprovadas pelas diligências.

COM A PALAVRA, OS CRIMINALISTAS PIERPAOLO CRUZ BOTTINI E TIAGO ROCHA, ADVOGADOS DE HADDAD

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“O arquivamento do inquérito policial é irretocável e faz justiça a Fernando Haddad, após longos anos de espera. Mais uma vez demonstrou-se a inexistência de quaisquer irregularidades na sua campanha eleitoral de 2012. Todos os fatos foram exaustivamente investigados e, para além dos relatos contraditórios e inconsistentes dos delatores, não há nada que indique uma mínima mácula na conduta de Haddad.”

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