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Promotoria abre inquérito para investigar abordagem de homem negro que foi obrigado a tirar a roupa para provar que não roubou nada de rede atacadista

Ministério Público de São Paulo decide apurar ação de seguranças da unidade Assaí do município de Limeira, no interior paulista, que, na sexta-feira, 6, cercaram Luiz Carlos e o forçaram a se despir

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Foto do author Rayssa Motta
Foto do author Fausto Macedo
Atualização:

Assaí Atacadista de Limeira. Foto: Reprodução/Google Street View

O Ministério Público de São Paulo abriu nesta segunda-feira, 9, um inquérito para investigar a abordagem de seguranças do supermercado Assaí Atacadista de Limeira, no interior paulista, a um homem negro de 56 anos que foi obrigado a tirar a roupa na frente de outros clientes para provar que não tinha furtado mercadorias da unidade.

O caso aconteceu na última sexta-feira, 6, e foi registrado em vídeo. Em entrevista à EPTV, afiliada da TV Globo, a mulher de Luiz Carlos disse que ele foi ao supermercado pesquisar preços e saiu sem comprar nada. Ao deixar a unidade, foi abordado pelos funcionários e forçado a se despir.

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Após o episódio, o homem procurou a 1.ª Delegacia de Polícia da cidade e formalizou um boletim de ocorrência. A Polícia Civil não viu, em análise preliminar, indícios de injúria racial e registrou o caso como constrangimento ilegal.

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O MP vai investigar se houve 'tratamento discriminatório, degradante e desumano'. Para os promotores que abriram o inquérito, a abordagem foi ilegal e houve violação de direitos do consumidor e direitos humanos.

"A natureza do procedimento é claramente instrumental, isto é, sua instauração e tramitação devem se destinar a busca de elementos para futura e eventual propositura de ação civil pública", escreveram os promotores Rafael Augusto Pressuto, Hélio Dimas de Almeida Júnior e Luiz Alberto Segalla Bevilacqua.

COM A PALAVRA, O ASSAÍ ATACADISTA

"A empresa se desculpa pela abordagem indevida que causou o constrangimento ao sr. Luiz Carlos na última sexta-feira na unidade de Limeira. A companhia recebeu com indignação as imagens dos vídeos e se solidariza totalmente com o cliente.

Como decisão imediata, ainda no final de semana, foi aberto um processo interno de apuração, realizado o afastamento do empregado responsável pela abordagem e, hoje, concluído o seu desligamento. A companhia também entrou em contato com a família do cliente, tão logo soube do ocorrido, se desculpando e se colocando à disposição para qualquer necessidade que ele tenha.

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Outras providências necessárias serão tomadas tão logo a investigação estiver encerrada. O caso deixa a companhia certa de que precisa reforçar ainda mais os processos com a loja em questão e todas as demais.

CONTiNUA APÓS PUBLICIDADE

A empresa repudia qualquer ato que infrinja a legislação vigente e os direitos humanos. Considera o respeito como uma premissa fundamental para a boa convivência entre todos(as). O Assaí combate a violência, a intolerância e a discriminação, sejam elas de qualquer natureza, por meio de ações de conscientização, treinamento, compromissos públicos e manuais internos com orientação para os colaboradores e rede de relacionamentos, todos baseados no código de ética e na política de direitos humanos e de diversidade. No último semestre foram realizadas mais de 24 mil horas de treinamento sobre estes temas aos funcionários.

A cia reitera que não tolera abordagens que fazem qualquer juízo de valor em relação à classe social, orientação sexual, raça, gênero ou qualquer outra característica. O Assaí está ciente do seu papel e sua responsabilidade perante a sociedade, os mais de 50 mil colaboradores e milhões de clientes que passam diariamente em nossas lojas - por isso, valoriza e respeita a diversidade em todas as suas formas de expressão."

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