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Opinião|Qual o limite da autoridade?

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Atualização:

Um vídeo que viralizou nas redes sociais mostra uma juíza exigindo aos gritos que o homem (testemunha em um processo trabalhista) - aparentemente confuso e assustado - se dirija a ela com a frase: “O que a senhora deseja, excelência?”

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Diante de mais um caso de abuso que chocou a sociedade, a atitude de uma juíza durante uma audiência trouxe à tona questionamentos acerca dos limites da autoridade e a importância do respeito no exercício de cargos públicos.

O vídeo que circula na internet mostra claramente a maneira desrespeitosa com a qual a juíza tratou um homem que estava como testemunha.

Ignorando por completo o bom senso necessário no desempenho de suas funções, a juíza agiu de forma autoritária, utilizando-se de gritos e humilhações para repreender o homem. O tratamento dispensado à testemunha revela uma clara falta de empatia e uma postura inaceitável para alguém que deve zelar pela imparcialidade no sistema de justiça.

Diante desse cenário, é imprescindível que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) atue de forma enérgica nesse caso. É necessário que sejam tomadas medidas rigorosas para garantir que abusos não sejam tolerados.

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A sociedade exige uma postura digna e comprometida com a ética de seus representantes no sistema judiciário.

É lamentável constatar que pessoas com atitudes tão desrespeitosas ocupem cargos de tamanha responsabilidade. O respeito aos direitos dos cidadãos e a garantia de um julgamento justo são fundamentais para a saúde de uma sociedade democrática e igualitária.

Nesse momento em que a justiça é tão debatida e questionada, o respeito, a responsabilidade e o comprometimento com a ética devem ser princípios inegociáveis. Caso contrário, corremos o risco de presenciar um esfacelamento da sociedade, onde valores como empatia e humanidade são relegados.

Não podemos permitir que episódios como esse se repitam. É urgente defender a justiça e a integridade de seus princípios, exigindo respeito e responsabilidade dos que estão encarregados de aplicá-la. Somente com ações enérgicas e exemplares, as instituições poderão recuperar a confiança da sociedade e garantir que episódios assim não se repitam no futuro.

Chegou o momento de repensarmos nossos valores e reafirmarmos o respeito como uma base fundamental de nossa convivência em sociedade. A justiça deve ser acessível a todos, mas também deve ser exercida de maneira ética e humana. Somente assim poderemos caminhar rumo a uma sociedade mais justa, igualitária e comprometida com o respeito a dignidade humana.

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*Raquel Gallinati é delegada de polícia; pós-graduada em Ciências Penais, em Direito de Polícia Judiciária e em Processo Penal; mestre em Filosofia; diretora da Associação dos Delegados de Polícia (Adepol) do Brasil

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