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Veja a lista de sites identificados pela CPI das Fake News que receberam anúncios do governo

Relatório produzido pela comissão mostrou que gestão Jair Bolsonaro investiu dinheiro público para veicular mais de dois milhões de anúncios em canais que apresentavam 'conteúdo inadequado'

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Por Redação
Atualização:

Relatório produzido pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Fake News apontou que o governo federal usou dinheiro público para veicular 2.065.479 de anúncios publicitários em canais que apresentam 'conteúdo inadequado', entre junho e julho de 2019. Desse total de impressões de anúncios, mais de 653 mil anúncios foram feitas em sites de notícias falsas.

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Em entrevista no Palácio do Planalto nessa quarta-feira, 3, o secretário especial de Comunicação, Fábio Wajngarten, disse que "não há favorecimento de A, B ou Z" na escolha de quem recebe os recursos. O secretário de Publicidade, Glen Valente, disse que cabe ao Google e à agência de publicidade contratada pelo governo definirem os locais de veiculação da publicidade. "A Secom não vai definir o que é site de fake news ou não, não vamos fazer censura", disse Valente, que concedeu entrevista ao lado de Wajngarten.

Os dados foram obtidos via Lei de Acesso à Informação pela CPI e revelados pelo jornal O Globo. O Estadão também teve acesso ao relatório. Confira a íntegra abaixo:

Documento

A LISTA

Documento

O RELATÓRIO

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O secretário de comunicação Fabio Wajngarten. Foto: Gabriela Biló / Estadão

COM A PALAVRA, A SECOM:"A Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República repudia matéria tendenciosa de O Globo intitulada CPMI das Fake News identifica 2 milhões de anúncios da Secom em canais de 'conteúdo inadequado' em só 38 dias. O dever do bom jornalismo é levar esclarecimento às pessoas, mostrar e explicar fatos e dados, e não somente repetir narrativas que promovem a desinformação.

Na semana passada, a Secom já havia informado ao O Globo que não patrocina qualquer site ou blog. Foi explicado também que as verbas publicitárias são direcionadas pelo Google Adsense, que utiliza inteligência artificial e critérios próprios para distribuição de anúncios. Ou seja, cabe à plataforma as explicações pertinentes sobre a ocorrência. Os veículos que constam na lista citada pela matéria foram selecionados pelo desempenho aferido pelo algoritmo do Google, e não pela Secom.

Cabe citar que o próprio jornal Folha de S. Paulo já teve seus anúncios veiculados em sites considerados impróprios porque a distribuição do investimento publicitário foi realizada pelo Adsense do Google de forma automática. Entretanto, sua ombudsman considerou que o jornal foi sabotado por algoritmos. Ou seja, dois pesos e duas medidas. A Secom pública anúncios em sites de fake news. A Folha é sabotada.

Mais uma vez, a Secom informa que o processo de escolha de veículos conduzido pelas agências de publicidade prestadoras de serviço, contam diretamente com a assessoria técnica do Google para apoiar os critérios da ferramenta.

Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República"

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COM A PALAVRA, O GOOGLE: "O Google tem ajudado parceiros do setor privado e do setor público a usar a publicidade digital para levar suas mensagens a milhões de brasileiros de modo eficiente, com escala e alcance.

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Temos políticas contra conteúdo enganoso em nossas plataformas e trabalhamos para destacar conteúdo de fontes confiáveis. Agimos rapidamente quando identificamos ou recebemos denúncia de que um site ou vídeo viola nossas políticas.

Entendemos que os anunciantes podem não desejar seus anúncios atrelados a determinados conteúdos, mesmo quando eles não violam nossas políticas, e nossas plataformas oferecem controles robustos que permitem o bloqueio de categorias de assuntos e sites específicos, além de gerarem relatórios em tempo real sobre onde os anúncios foram exibidos.

Cientes do dinamismo do ecossistema digital, também trabalhamos no aperfeiçoamento de nossas plataformas para oferecer os melhores resultados possíveis para nossos parceiros. Preservar a confiança no ambiente de publicidade digital é uma prioridade.

Agimos diariamente para minimizar conteúdos que violam nossas políticas e impedir a ação de pessoas mal-intencionadas em nossa rede. Somente em 2019, conforme nosso mais recente relatório de transparência, encerramos mais de 1,2 milhão de contas de publishers e retiramos anúncios de mais de 21 milhões de páginas, que faziam parte de nossa rede, por violação de políticas."

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