O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), voltou a elogiar a atuação do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e afirmou que teme a saída dele e seus secretários executivos. Reportagem do Estado revela que Mandetta avisou a auxiliares que deve ser demitido pelo presidente Jair Bolsonaro. O governador não quis comentar um vídeo compartilhado pelo presidente em que ele e o ministro da Saúde são caracterizados como "sócios da paralisia".
"Pelo governo do Estado de São Paulo, um desastre se tivermos a saída do ministro da Saúde e seus secretários executivos. Eles vêm demonstrando responsabilidade, apoio técnico, respeito à ciência, aos efeitos da Saúde e às recomendações da OMS. Entendo isso como um desastre e um risco à saúde pública do País. Há o risco de não termos mais orientação técnica e, sim, uma orientação política e ideológica", afirmou Doria na coletiva de imprensa desta quarta-feira, 15.
A atuação do ministro Mandetta também foi elogiada por David Uip e pelo secretário de Saúde José Henrique Germann, que cumprimentaram Mandetta por tomar medidas "apoiadas na ciência".
'Show mórbido'
Nas redes sociais, Bolsonaro compartilhou, nesta quarta-feira, um vídeo com ataques às medidas de isolamento social adotadas no combate à pandemia do coronavírus. Bolsonaro destacou o título do vídeo "Os sócios da paralisia", publicado originalmente pelo jornalista Guilherme Fiuza, em que é apresentada uma série de críticas ao ministro Mandetta e ao governador João Doria.
"Você está em casa assistindo o governador de São Paulo assumir a paternidade da cloroquina, o ministro da Saúde explicar que traficante também é gente, jornais estrangeiros publicar fotos de covas abertas para dizer que o Brasil não tem mais onde enterrar seus mortos, entre outras referências intrigantes e estridentes sobre o assunto. Se você está paralisado e catatônico é porque já sabe que isso é um show mórbido", afirma Fiuza no início do vídeo.
Na coletiva no Palácio dos Bandeirantes, Doria não quis comentar o vídeo compartilhado por Bolsonaro.
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