Belo Horizonte - O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e sindicalistas de Minas Gerais organizam para a próxima sexta-feira, 22, uma marcha de 95 quilômetros, entre Ouro Preto (Região Central do Estado) e Belo Horizonte, em protesto contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). A caminhada faz parte de uma série de manifestações previstas para o Estado com organização da Frente Brasil Popular, que reúne representantes dos trabalhadores, partidos e movimentos de esquerda. Serão os primeiro atos em Minas depois da votação do impedimento da presidente pela Câmara dos Deputados no último domingo, 17.

Um dia antes do ato, no 21 de abril, o grupo participa na cidade do Dia de Tiradentes. Segundo a organização do MST em Minas, três mil trabalhadores rurais de acampamentos de todas as partes do Estado serão deslocados para Ouro Preto. A Central Única dos Trabalhadores (CUT-MG), que participa da Frente Brasil Popular, ainda não definiu o tamanho da caravana que irá a Ouro Preto. No Dia de Tiradentes o governador do Estado entrega, tradicionalmente, a Medalha da Inconfidência, considerada a mais importante homenagem concedida pelo Palácio Tiradentes. Minas Gerais hoje é comandada por Fernando Pimentel (PT).
Integrantes de movimentos a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff não deverão ir a Ouro Preto, como ocorreu no ano passado. Os grupos Vem pra Rua e Patriotas deverão fazer manifestação no mesmo dia e hora da cerimônia de entrega das medalhas (às 10h) na Praça Tiradentes, Região Sul de Belo Horizonte.
"É um dia em que a circulação de pessoas em Ouro Preto fica muito restrita. É uma pena porque a mídia vai estar lá, mas vamos fazer um evento pau a pau aqui", afirma Julio Hubner, dos Patriotas. O representante do Vem pra Rua, Max Fernandes afirma que o grupo ainda estuda a ida a Ouro Preto, mas que a tendência é participar do ato na capital.
A marcha da Frente Brasil Popular deverá chegar a Belo Horizonte na próxima terça-feira, 26, dia em que será realizada na cidade o ato "Pela Democracia e contra o Golpe". "Tomamos a decisão de seguir em luta contra o golpismo, pela democracia e pela reforma agrária. Esse é um momento da História em que o movimento sindical e social tem papel fundamental no enfrentamento da corja de golpistas e canalhas que se manifestaram no Congresso Nacional a favor do golpe", afirma o coordenador do MST em Minas, Sílvio Neto.