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Marçal critica mulheres, Nunes rebate B.O. e Boulos nega uso de cocaína: veja 6 destaques do debate

Penúltimo debate antes dos eleitores irem às urnas no próximo domingo, 6, promovido por Folha/UOL, teve quatro blocos e dinâmica em que cada candidato gerenciou o próprio tempo de fala

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Foto do author Karina Ferreira
Foto do author Juliano  Galisi

O debate entre candidatos à Prefeitura de São Paulo promovido pelo jornal Folha de S. Paulo em parceria com o portal UOL nesta segunda-feira, 30, apresentou uma dinâmica distinta dos outros nove debates ocorridos até agora nesta campanha eleitoral.

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Em vez de blocos delimitados para perguntas e respostas, Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), Tabata Amaral (PSB) e Pablo Marçal (PRTB), postulantes ao cargo convidados para o programa, puderam administrar um banco de tempo de 20 minutos de fala individual de forma livre.

A dinâmica permitiu embates mais diretos entre os candidatos, durante os quais o nome mais visado foi o de Nunes. Questionado por Marçal, Boulos negou ser usuário de cocaína e admitiu que provou maconha durante a adolescência, mas que, por conta da “dor de cabeça”, esta havia sido a única vez em que fez uso da substância.

O ex-coach travou um debate de conhecimentos religiosos com Nunes, ao qual também dirigiu em dez ocasiões uma pergunta sobre um boletim de ocorrência por violência doméstica registrado pela esposa do atual prefeito há 13 anos, em 2011. Marçal, por sua vez, foi criticado pelos adversários por declarar que “mulher não vota em mulher, mulher é inteligente”. Veja os principais momentos.

Boulos nega usar cocaína e admite ter experimentado maconha

No início do primeiro bloco, Marçal foi questionado sobre a acusação, sem provas, de que Boulos seria usuário de cocaína. Como mostrou o jornal Folha de S. Paulo, a campanha do PRTB planejava embasar a acusação valendo-se de um processo movido contra um homônimo do candidato do PSOL, o empresário Guilherme Bardauil Boulos.

O ex-coach não respondeu sobre o processo judicial em questão, mas perguntou ao candidato do PSOL, no embate que se seguiu, se o deputado federal já havia utilizado drogas, mais especificamente cocaína e maconha. Boulos, em resposta, foi categórico ao dizer que “nunca” havia provado cocaína e que, sobre maconha, havia provado em uma única ocasião, na adolescência, o que lhe provocou “uma dor de cabeça danada”.

Marçal e Nunes se questionam sobre conhecimentos bíblicos

No bloco em que houve o maior “round” das perguntas e respostas, com questionamento iniciado por Boulos para o atual prefeito sobre suposta ineficiência de programas da capital paulista para moradia e transporte público, Marçal pediu a palavra e também questionou prefeito, mas sobre temas religiosos.

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Marçal relembrou que no debate anterior, promovido pela TV Record no último sábado, 28, o emedebista citou um versículo bíblico em suas considerações finais. O ex-coach questionou Nunes sobre o trecho ter sido escrito pelo marqueteiro do prefeito, e o acusou de “decorar a frase” apenas para angariar votos do eleitor evangélico.

“A Bíblia tem mais de 30 mil versículos, mas ele não consegue citar nem dois aqui. Mas o que o marqueteiro escreveu ele deu conta, deu uma embananadinha, mas (deu conta). Aí você vai ver que ele é um mentiroso”, provocou o empresário, que ainda desafiou o prefeito a “citar pelo menos duas igrejas”. O prefeito aceitou o desafio e citou o Salmo 133, que diz: “Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união!”.

Tabata pediu a palavra para, entre outras colocações, afirmar que a igreja “mudou usa vida”, mas que “cristão de verdade” não usava a religião para pedir voto. “Quando Tabata fala ‘não vamos falar de religião’, ela está dizendo: ‘não entendo o suficiente desse assunto para falar sobre isso”, acusou o ex-coach.

‘Mulher não vota em mulher, mulher é inteligente’

Após elogios direcionados à Tabata durante diversos momentos do debate, como quando qualificou as propostas da candidata como “brilhantes”, Marçal afirmou, se dirigindo a ela, que “se mulher votasse em mulher, você iria ganhar no primeiro turno. Mulher não vota em mulher, mulher é inteligente”.

Boulos reagiu imediatamente, classificando a fala como preconceituosa. “Marçal insinuou que quem vota em mulheres teria menos inteligência. Lamentável. Triste ouvir isso de alguém que quer governar a maior cidade do Brasil”, afirmou o psolista. A candidata também respondeu, afirmando que o ex-coach “odeia mulheres” e que ela foi a única com “coragem” de desmascará-lo.

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Marçal convida Tabata para Secretaria de Educação de eventual gestão

No início do segundo bloco, Tabata Amaral criticou os adversários por utilizarem o tempo de fala para troca de farpas e de acusações, em vez de utilizarem o espaço para expor projetos e propostas para a cidade.

Pablo Marçal, na sequência, afirmou que “realmente, as propostas dela (de Tabata) são boas” e que, se eleito, além de adotar as propostas “viáveis” da candidata do PSB, convocará a deputada federal para assumir a pasta de Educação do município. “Se ela deixar esse esquerdismo e o partido em que está, será convidada a ser secretária da Educação, pois é brilhante na educação”, afirmou o ex-coach.

O “convite” de Marçal foi rebatido pela candidata do PSB ao final do debate, em entrevista à imprensa. Tabata afirmou que o candidato do PRTB é “um palhaço” e que jamais aceitaria compor o governo de uma pessoa condenada.

Boletim de ocorrência de violência doméstica

O debate foi marcado pela insistência de Pablo Marçal em questionar Ricardo Nunes sobre um boletim de ocorrência registrado por sua esposa em 2011 por suposta violência doméstica. A pergunta foi repetida dez vezes pelo ex-coach.

“Como você é baixo, cara”, rebateu Nunes na primeira vez que a pergunta lhe foi dirigida, afirmando que nunca levantou um dedo para a esposa.

A insistência de Marçal em obter mais detalhes do prefeito sobre o episódio foi classificada por Nunes como “um golpe”. “Não vou cair no seu golpe”, disse o prefeito, alegando que a insistência de Marçal se tratava de uma tentativa de desestabilizá-lo. “Olha, pessoal, isso é tática dele. Tática de quem sempre deu golpe. Não vou cair no golpe dele. Vou manter minha estabilidade em respeito a você (espectador)”, disse o prefeito.

“Sou casado há 27 anos, amo a minha esposa, sou pai de três filhos, avô. Isto aconteceu num desentendimento há 14 anos, sem nenhum tipo de acusação física”, afirmou o candidato à reeleição na saída do debate, em entrevista à imprensa.

Nunes é acusado de não responder questionamentos

Numericamente à frente nas últimas das principais pesquisas de intenção de voto, Nunes foi acusado pelos adversários de deixar questionamentos sem repostas durante o embate – estratégia para não se envolver em polêmicas e, assim, manter os números que o levam para o segundo turno.

Além de não responder a Marçal sobre o que levou sua esposa, Regina, a registrar o boletim de ocorrência por violência doméstica anos atrás, o prefeito também se esquivou de perguntas sobre o inquérito da máfia das creches, sobre a oferta do procedimento de interrupção de gravidez para os casos previstos em lei na rede pública de saúde paulistana e sobre a possível indicação de cargos de Jair Bolsonaro (PL) em uma eventual nova gestão do emedebista.

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