Análise da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV-DAPP) aponta que a saída do ex-juiz federal Sérgio Moro do governo nesta sexta-feira, 24, gerou repúdio de 70% dos perfis engajados no debate das redes.O levantamento coletou dados no Twitter entre as 11h e as 13h30, logo após o início do pronunciamento do ministro da Justiça e Segurança Pública.

Entre os mais de 1,2 milhão de tuítes coletados na rede social, 69% eram da base partidária da oposição. Apenas 16% foram publicados pela base partidária da direita. A análise da FGV-DAPP mostrou um racha entre os representantes da direita, divididos entre os que lamentaram a saída de Moro e os que acusaram de agir politicamente.
De acordo com a FGV-DAPP, perfis como @rconstantino, @anapaulavolei, @leandroruschel e @carlazambelli38 afirmaram que a demissão do ex-juiz federal é uma perda no combate à corrupção e um possível erro do governo. Já contas como a de @allantercalivre, @danielpmerj, @realpfigueiredo adotaram uma postura de ataque a Moro e reforçaram a confiança no presidente Jair Bolsonaro.
A análise mostrou que o apoio ao ministro da Justiça e Segurança Pública nas redes foi ainda maior do que o demonstrado em relação ao ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, demitido por Bolsonaro na semana passada.
Mais de 1 milhão de tuítes em 2h
O estudo elaborado pela FGV também mostrou que nesta sexta-feira, 24, foram identificadas mais de 1,24 milhão de menções no Twitter ao ex-ministro entre 0h e 13h. Mais de 80% destes tuítes foram publicados a partir das 11h, horário marcado do pronunciamento de demissão de Moro.
As principais hashtags revelam divergências com o presidente Jair Bolsonaro ‒ nos dois primeiros lugares do debate, aparecem as hashtags em defesa de Moro #bolsonarotraidor e #forabolsonaro. Já, apoiando as ações do presidente, as hashtags mais usadas foram #tchauquerido, em 23,7 mil postagens, no terceiro lugar do debate; e, nas quinta e décima posições, #fechadocombolsonaro e #fechadoscombolsonaro.
Levantamento feito pelo Estado indica que, desde a manhã, entre perfis e parlamentares bolsonaristas, a atitude é de cautela. A parlamentar Bia Kicis (PSL-DF) afirmou que aguardaria o pronunciamento do presidente, previsto para ocorrer às 17h. O mesmo foi dito pelo deputado de São Paulo Douglas Garcia (PSL): “Gosto de ouvir o contraditório e esperarei a fala do presidente da República.”