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Tarcísio de Freitas demite policiais envolvidos com PCC no interior de São Paulo

Ex-servidores foram presos em 2013 em uma operação do Gaeco que investigava atuação de traficantes em Sorocaba; entre envolvidos, um delegado foi condenado a dois anos e quatro meses de reclusão

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Por Redação
Atualização:

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), demitiu três investigadores e um delegado da Polícia Civil de São Paulo por envolvimento com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). O quarteto foi preso em 2013 em uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço de investigação criminal do Ministério Público de São Paulo (MP-SP). O caso ocorreu em Sorocaba, no interior de São Paulo.

A demissão ocorre depois de os processos na Justiça envolvendo os agora ex-servidores transitarem em julgado em 2022. Em um dos casos, o então delegado Fernando Toshiyuki Fujino foi condenado no regime semiaberto a dois anos e quatro meses de reclusão por concussão. Ele conseguiu um habeas corpus em setembro deste ano junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). O crime de concussão ocorre quando o servidor exige alguma coisa em razão do cargo que ocupa.

Despacho na Justiça mostra que delegado foi condenado a dois anos e quatro meses de reclusão Foto: Divulgação | TJSP

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Os outros demitidos são: Carlos Moroni Filho, Marcos Roberto Munhoz e Willian Felipe Martins Soares, segundo o portal Metrópoles. À época da operação do Gaeco, em 2013, as investigações apontaram que os então servidores públicos receberam propina para garantir liberdade de traficantes e divulgar informações internas da polícia. Os processos estão em fase de cumprimento de sentença e estão em segredo de justiça.

Moroni Filho e Munhoz foram condenados a seis anos, quatro meses e doze dias no regime fechado por falsidade ideológica, concussão e por realizarem interceptação sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei. Soares foi condenado por concussão a dois anos e quatro meses no regime semiaberto.

Lula assinou GLO para combater crime organizado em portos e aeroportos

No início de novembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). O governo federal prometeu enviar 3,7 mil militares de Aeronáutica, Exército e Marinha para atuar com poder de polícia para agir nos Portos de Itaguaí, Rio e Santos e nos Aeroportos de Cumbica e do Galeão.

“O dado concreto é que chegou a uma situação muito grave. A violência que temos assistido tem se agravado a cada dia que passa e resolvemos tomar uma decisão fazendo com que o governo federal participe ativamente com todo potencial que tem para que a gente possa ajudar o governo dos Estados e o próprio Brasil a se livrar do crime organizado, das quadrilhas, tráfico de drogas e do tráfico de armas. Espero que dê certo”, disse Lula, ao assinar o ato da GLO.

O governador de São Paulo chegou a ser criticado por políticos da oposição ao governo petista por ter aceitado a ação federal em seu estado. Tarcísio defendeu a necessidade de reforço na segurança. O governador disse que “o Porto de Santos virou o principal entreposto do comércio internacional de drogas no Brasil”, o que justifica a ação conjunta com seu adversário político.

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