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Trump e aliados vêm orientando os Bolsonaro sobre reação à vitória de Lula, diz The Washington Post

Eduardo Bolsonaro se encontrou com o ex-presidente dos EUA, com Steve Bannon e Jason Miller, segundo reportagem do jornal americano

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Por Redação
Atualização:

O jornal The Washington Post, dos Estados Unidos, afirmou que Eduardo Bolsonaro se encontrou com Donald Trump e que o ex-presidente americano teria aconselhado a família a contestar o resultado da eleição no Brasil. Em reportagem publicada nesta quarta-feira, 23, o Post diz que a reunião do “filho 03″ do presidente Jair Bolsonaro (PL) com Trump aconteceu no ‘Mar-a-Lago’, resort de luxo que pertence ao republicano, em Palm Beach, na Flórida, depois da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas.

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“As conversas acompanham debates que vêm se desenrolando em Brasília, onde apoiadores de Bolsonaro discutem próximos passos para seu movimento populista conservador″, afirma o texto do Post. “Esse movimento enfrenta momento similar àquele pelo qual passou a direita americana logo após a derrota de Trump, na tentativa de se sustentar depois da queda de seu carismático porta-voz.”

Steve Bannon, ex-estrategista de Trump que já foi preso e recentemente condenado por obstruir a investigação sobre o ataque de 2021 ao Capitólio, confirmou que conversou com Eduardo Bolsonaro no Estado do Arizona. Bannon declarou ao Post que o assunto foi “a força das manifestações pró-Bolsonaro e potenciais desafios sobre o resultado eleitoral no Brasil”.

O resort Mar-a-Lago Club, onde Eduardo Bolsonaro se encontrou com Trump após a derrota eleitoral do pai. Foto: Phelan M. Ebenhack para o 'The Washington Post'

A reportagem, assinada pelas jornalistas Elizabeth Dwoskin e Gabriela Sá Pessoa, aponta que aliados e conselheiros do atual chefe do Executivo estão divididos sobre os “próximos passos”. Enquanto alguns recomendam a contestação imediata do resultado, outros querem “uma guerra global em defesa da liberdade de expressão”.

Alegação de censura

Jason Miller, ex-assessor de Trump, também confirmou que almoçou com o deputado Eduardo Bolsonaro na Flórida e que eles discutiram “a censura digital e a liberdade de expressão”. Outros encontros de pessoas próximas de Bolsonaro com conselheiros de Trump vêm ocorrendo, além de ligações, segundo a notícia, intitulada “Trump auxilia Bannon e Miller a aconselhar os Bolsonaro nos próximos passos” - em tradução livre.

Jason Miller, ex-assessor de Donald Trump, esteve com Jair Bolsonaro e o filho, Eduardo, no Palácio da Alvorada no ano passado. Foto: Reprodução redes sociais

O Post procurou Donald Trump e Eduardo Bolsonaro para comentar a reportagem, mas nenhum dos dois respondeu. O texto também afirma que a tentativa de Bolsonaro e de seu partido, o PL, de contestar o resultado do segundo turno na Justiça “provavelmente falhará, mas pode encorajar apoiadores”, citando que muitos eleitores do atual presidente seguem em manifestações e vigílias em várias cidades do Brasil.

“Manifestantes já foram fotografados segurando cartazes nos quais se lia #BrazilianSpring e #BrazilWasStolen, em inglês, mostrando grande ligação entre os movimentos de direita nos dois países”, afirma o texto, em referência aos termos “primavera brasileira” e “o Brasil foi roubado” que aparecem em protestos de rua e publicações de redes sociais de apoiadores de Jair Bolsonaro desde a derrota eleitoral para Lula.

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