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Vice-presidente do PT cobra mais ministérios para o partido e núcleo duro só de petistas

Washington Quaquá apresentou emenda à proposta de resolução política que passará pelo crivo do Diretório Nacional

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Foto do author Vera Rosa
Atualização:

BRASÍLIA – Vice-presidente do PT, o deputado Washington Quaquá (PT-RJ) quer que o governo Lula aumente a participação do PT nos ministérios, autarquias e empresas públicas e crie um “núcleo de poder” formado apenas por integrantes do partido. Quaquá apresentou emenda neste sentido ao texto da resolução política que passará hoje pelo crivo do Diretório Nacional.

“Está faltando um coletivo de ministros, parlamentares e dirigentes que reúnam (sic) permanentemente com o presidente (da República) e formem um núcleo de poder que dê rumo ao governo e ao país”, diz um trecho da emenda de Quaquá. Atualmente, dos 38 ministérios, dez são comandados pelo PT.

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A proposta de resolução da corrente Construindo um novo Brasil (CNB), tendência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, majoritária no PT, foi antecipada pelo Estadão. Com críticas ao poder do Centrão e ao “austericídio” fiscal, a versão preliminar do documento poderá sofrer ajustes de texto, mas, como a corrente de Lula tem maioria no Diretório Nacional, o conteúdo principal será aprovado.

Embora seja da CNB, Quaquá não concorda com muitas das críticas levantadas pelos colegas ao Centrão. Avalia, porém, que o presidente deve fazer mais afagos ao PT. “Eu sou o maior aliancista que tem no PT, mas aliança também tem limite”, disse o deputado, que será candidato à prefeitura de Maricá (RJ), cidade que já administrou, ao participar do debate “Como fazer análise da conjuntura municipal”.

A emenda apresentada por Quaquá ao documento da CNB diz que, apesar da necessidade de consolidar a relação com o centro e solidificar uma parceria para garantir “governabilidade e estabilidade institucional” com o Congresso, especialmente com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), “o governo precisa empoderar mais a bancada e os líderes do PT”.

Sob o argumento de que “o bolsonarismo não está morto”, Quaquá tenta encaixar na resolução um trecho dizendo que o PT necessita “organizar desde já” o embate de 2026, “quando Lula disputará o quarto mandato”.

No início do ano, o vice-presidente do PT foi alvo de um pedido para ser investigado na Comissão de Ética, formulado por cinco correntes à Executiva do partido, por ter postado nas redes sociais uma foto na qual aparecia ao lado do deputado Eduardo Pazuello (PL-RJ), ex-ministro da Saúde.

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À época, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, chegou a dizer que a imagem era “desrespeitosa” não apenas ao partido como às vítimas da Covid-19. A denúncia contra Quaquá, no entanto, não foi adiante.

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