Henrique Otávio Oliveira Velozo, de 30 anos, tenente da Polícia Militar (PM) acusado de matar com um tiro na cabeça o lutador de jiu-jítsu Leandro Lo durante um show de pagode no Clube Sírio, na zona sul da capital paulista, na madrugada de domingo, 7, teve mantida sua prisão temporária nesta segunda-feira, 8.
"Em audiência de custódia realizada hoje no Fórum Criminal Ministro Mário Guimarães – Barra Funda, o juízo não verificou ilegalidade no cumprimento do mandado de prisão temporária de Henrique Otavio Oliveira Velozo, expedido ontem pelo juízo do Plantão Criminal, ficando mantida a prisão pelo prazo de trinta dias", explicou em nota o Tribunal de Justiça de São Paulo.
O PM foi indiciado pela Polícia Civil pelo crime de homicídio doloso qualificado por motivo fútil, segundo informações da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, que também afirmou que a Polícia Militar abriu uma apuração administrativa para investigar o caso. Henrique Velozo foi levado para o presídio militar Romão Gomes e o caso está sendo investigado pelo 16º DP (Vila Clementino).
Ivã Siqueira Júnior, advogado de Leandro Lo, relatou, com base no depoimento de testemunhas, que a discussão começou quando o PM, durante o evento, foi em direção à mesa em que o lutador e outros amigos estavam e começou a mexer nas bebidas. O campeão mundial não teria gostado e, como reação, aplicou um golpe de jiu-jítsu para imobilizar o suspeito.
“Nesse momento, o rapaz levantou, deu a volta e deu um tiro na cabeça do Leandro”, disse Ivã Siqueira. O policial ainda teria chutado a vítima duas vezes quando ela estava no chão. Ainda de acordo com o advogado, o fato de ser um policial militar teria viabilizado a sua entrada no show com a arma.
Em 2017, o policial já tinha sido condenado por desacatar e agredir colegas de farda. Em 27 de outubro daquele ano, o PM estava de folga na casa noturna The Week, na Lapa, zona oeste da cidade, comemorando o ingresso do primo na corporação. Eles foram agredidos por outras pessoas e a Polícia Militar foi acionada por volta das 4h20. Velozo estava nervoso e exaltado, dificultando o trabalho dos militares que atendiam a ocorrência. Além de desacato, também deu um soco no colega de farda.