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Circo ganha exposição permanente no centro

Entre os destaques, relíquias de mestres dos picadeiros, figurinos de palco e fotos

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SÃO PAULO - Criado há três anos em uma sobreloja da Galeria Olido, no centro paulistano, o Centro de Memória do Circo (CMC) ganhou, enfim, uma exposição permanente sobre a história das artes circenses no País. Estão em exposição relíquias de mestres dos picadeiros, como Arrelia e Piolin, e das principais companhias brasileiras a partir do século 19. As minúsculas bicicletas, a gravata-borboleta que gira, a caixa de fotografia que "explode": são 160 peças, figurinos, fotografias e testemunhos. As relíquias, que fazem parte do acervo de 23 mil itens do CMC, foram doadas por dois dos maiores circos brasileiros - o Nerino, que funcionou de 1913 a 1964, e o Garcia, de 1928 a 2002. "Três anos depois da criação do Centro de Memória, conseguimos reunir material para uma exposição completa sobre o espetáculo que foi por décadas a única manifestação artística que atingia todos os cantos do País", explicou a coordenadora do CMC e curadora da exposição, Veronica Tamaoki. A direção espera, com a exposição, aumentar o número de visitantes. Hoje, cerca de 1,2 mil pessoas visitam o memorial por mês. O próprio local do CMC dialoga com a história do circo no Brasil. Por décadas, o Largo Paiçandu teve no Café Caboclo um ponto de encontro de palhaços, domadores e empresários que ali mesmo contratavam os destaques que queriam ver embaixo de sua lona na temporada seguinte. Por isso, um dos espaços da exposição é o chamado Café dos Artistas, espécie de sala de estudos para pesquisadores, que faz referência ao antigo café. Referência. "Frequentei o Caboclo desde os 9 anos, com meu pai", conta Franco Alves Monteiro, o Palhaço Xuxu, filho, neto e bisneto de artistas de circo e último companheiro de Piolin. "É uma exposição à altura de nossa arte e deve se tornar referência nacional."

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