Com o aumento de óbitos, casos e internações por covid-19, as redes pública e privada de saúde do Estado de São Paulo chegaram à média de uma hospitalização relacionada à doença a cada dois minutos na terça-feira, 2. Ao todo, 7.415 pacientes estão hospitalizados com suspeita ou confirmação do novo coronavírus em terapia intensiva, o que é 18,6% maior do que o pico do ano passado, que era de 6.250 internados. Além disso, 8.968 estão em leitos de enfermaria.
Há uma semana, o governo João Doria (PSDB) chegou a dizer que a rede pode entrar em colapso em três semanas se as medidas de restrição não forem suficientes. O Estado anunciou nesta quarta-feira, 3, a inclusão de todas as regiões na fase vermelha a partir do sábado, 6.
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“Isso é uma tragédia, é uma tragédia que pode ser ainda pior se não tomarmos medidas”, destacou Doria em coletiva de imprensa. Segundo ele, o Estado recebe um pedido de internação a cada dois minutos em hospitais públicos ou privados por causa da doença. “Esse é o termômetro da linha de frente, dessa tragédia que estamos vivendo”, disse.
A média diária de novas internações da atual semana epidemiológica (que segue até sábado) é de 1.906, a segunda mais alta de toda a pandemia (o pico foi de 1.962, na terceira semana de julho). Isso significa um aumento de 4,7% em menos de uma semana e de 26,6% em comparação à penúltima semana.
“Temos a tristeza de reconhecer a situação dificílima que estamos vivendo em São Paulo, e não é diferente do (restante do) País”, acrescentou Doria. Na terça-feira, 2, o Brasil bateu o recorde de registros de mortes pela doença em um único dia. “As próximas duas semanas serão as duas piores da pandemia no Brasil.”
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Segundo dados do governo estadual, São Paulo tem 2.068.616 casos e 60.381 óbitos por covid-19. Na terça-feira, 2, foram confirmadas 468 mortes causadas pela doença, o maior registro feito no Estado desde o início da pandemia.
A ocupação de UTI é de 75,3%, média que é 76,7% na Grande São Paulo. Em leitos de enfermaria, a taxa é de 56,8% em todo o Estado, enquanto é de 63,5% na região metropolitana da capital.
“Com essa velocidade, não existe outra alternativa que não seja o isolamento, arestrição do contato”, destacou o coordenador executivo do Centro de Contingência, João Gabbardo.
Segundo ele, um dos possíveis motivos para o maior número de internados é que a média de idade reduziu e, portanto, os pacientes permanecem por mais tempo nos hospitais. Outro fator que preocupa é a disseminação da variante da covid-19 identificada pela primeira vez no Amazonas.
“Essa segunda onda é diferente da primeira. Na primeira, nós tivemos as regiões aparecendo com surtos, fases mais intensas, mas eram transitórias. Passamos por todo o País, mas em momentos diferentes”, comparou Gabbardo. “Mesmo aqui em São Paulo, começamos na região metropolitana. Depois, na metropolitana, reduziu, e tivemos um aumento no interior. Hoje, o que percebemos é que o País inteiro está entrando em uma situação de colapso.”
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Em parte do interior de São Paulo, a ocupação de UTI é ainda maior, chegando a até 100%. Como noticiou o Estadão, além da tentativa de abrir novas vagas, secretarias de saúde de municípios como Araraquara e Bauru transferem pacientes para evitar colapso de seus centros médicos. Na capital paulista, parte dos hospitais privados, como o Albert Einstein e o São Camilo, também estão com os leitos de terapia intensiva totalmente ocupados.
Na coletiva, o governador também anunciou a abertura de 500 novos leitos, dos quais 339 serão de UTI e 161 de enfermaria, em hospitais públicos, municipais, filantrópicos e Santas Casas. Segundo o secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn, o Estado tinha 3,5 mil leitos de UTI públicos antes da pandemia, número ampliado ao longo da pandemia e que chegará a 7.839 vagas até 31 de março.