A Prefeitura de São Paulo planeja implementar uma trilha de aproximadamente 170 quilômetros, que vai serpentear o interior da Mata Atlântica e interligar parques municipais e estaduais da zona sul da capital. A Trilha Interparques é um projeto, encabeçado pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, que pretende executá-lo em colaboração com demais pastas do Executivo.
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Os idealizadores dizem que será a mais longa trilha para caminhadas e ciclismo da cidade. A maior parte do trecho já existe: vias de terra, em áreas rurais, que demandam a instalação de sinalizações padronizadas. Mas outros caminhos ainda precisam ser abertos.
Não é fixado prazo porque, segundo Anita Martins, Diretora da Divisão de Gestão de Unidades de Conservação da secretaria, o planejamento de implementar trajetos de longa distância não pressupõe começo, meio e fim. “São projetos que acontecem gradativamente”, diz. “A concretização exige articulação de atores públicos e privados, mas também das pessoas, para aderirem e frequentarem o espaço.”
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No que compete ao poder público, Anita explica que o projeto está sendo feito por etapas. A primeira foi ouvir moradores e frequentadores da região para traçar um esboço de percurso. A ideia foi usar vias já existentes e pensar um circuito que interligue parques estaduais e municipais, de modo a conectar os distritos de Parelheiros e Marsilac e levar as pessoas a áreas verdes, represas e reservas naturais.
Percurso
É previsto um trajeto circular que inclui a balsa que liga a Ilha do Bororé com o Grajaú e segue pelos Parques Naturais Municipais Bororé, Varginha, Itaim e Jaceguava. Em seguida, passa pelos parques Várzeas do Embu-Guaçu e Cratera de Colônia, em direção à unidade estadual da Serra do Mar Curucutu e passa pela Reserva Natural do Curucutu. O trabalho de definir o trajeto provisório foi conduzido por Marcelo Mendonça, coordenador dos parques naturais municipais.
Segundo o engenheiro ambiental, a rota pode sofrer poucas alterações e a ideia é ouvir mais gente. A fase seguinte será padronizar sinalizações e adequar vias existentes para o fluxo de pedestres. “Como há vias de terra, onde há o tráfego de carros, caminhões e ônibus, estamos em conversas com a Secretaria Municipal de Transportes e a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) para implementar placas, lombadas e redutores de velocidade para o compartilhamento da estrada por todos”, afirma.
“A ideia é fugir de estradas e trânsito. Porque a trilha é para ser feita por pedestres também, e não só por ciclistas. As pessoas têm de se sentir tranquilas e confortáveis quando estiverem no passeio”, diz ele.
Verde aqui do lado
Conforme os organizadores, a importância da trilha está em promover o polo de ecoturismo na região, dar mais visibilidade às áreas verdes e naturais protegidas da região sul de São Paulo. E, ainda, contribuir para o desenvolvimento e geração de renda para moradores e comerciantes das regiões de Parelheiros, Marsilac e Ilha do Bororé.
São pessoas como Francisco Vasconcelos, de 58 anos, e Gercina, de 48, que moram há mais de 30 anos na Ilha do Bororé, onde criaram cinco filhos. “Gosto muito (de morar aqui). É um lugar sossegado”, diz ela. Francisco conta que, com os incentivos ao ecoturismo, nos últimos dez anos, viu a ilha crescer. “Quando me mudei para cá não tinha movimento nenhum”, lembra.
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Há três anos, vendo o movimento de turistas, Valderlandio Josino Luan, de 47 anos, aproveitou para montar uma “vendinha” de doces próximo da balsa. “Estão vindo mais turistas de fora, acaba movimentando o dia a dia do nosso comércio”, comemora.
Já o contador Josué Oliveira, de 26 anos, fica animado com a possibilidade de ter uma opção para andar de bicicleta. Ele mora no Jardim Eliana, na zona sul, e cruza a balsa todos os fins de semana para pedalar. “Aqui tem menos carros. Você tem liberdade”, conta. /COLABOROU LEON FERRARI
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