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Porto Alegre amplia testes para familiares sem sintomas de confirmados com coronavírus

Capital gaúcha já soma mais de 5,1 mil infectados, com quase 200 óbitos

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Por Lucas Rivas

PORTO ALEGRE - Em função da escalada da pandemia do novo coronavírus em Porto Alegre, a prefeitura começou, nesta quinta-feira, 16, a ampliar a testagem para covid-19 para os familiares assintomáticos de casos confirmados da doença. Com isso, mesmo que a pessoa não apresente sintomas, ela poderá ser examinada.

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Uma nova etapa, que testará pessoas que também tiveram contato com pacientes positivados no ambiente de trabalho, deve ser iniciada ainda em julho. A ampliação de exames na capital gaúcha foi informada em live realizada pelo prefeito Nelson Marchezan Junior (PSDB), na quarta-feira.

Porto Alegre já soma mais de 5,1 mil infectados, com quase 200 óbitos. Além disso, medidas mais restritivas seguem sendo adotadas para tentar frear o contágio e a busca por atendimento médico. Com o avanço do inverno, o sistema de saúde segue de forma recorrente batendo recorde de internações, com sinais de colapso.

A partir de hoje, os testes poderão ser feitos 20 dias após a confirmação do primeiro caso no núcleo familiar. Para ter acesso, a população deve procurar os postos de saúde ou as seis tendas de atendimento de casos suspeitos da covid-19, espalhadas pela cidade. Pacientes com até sete dias do início dos sintomas são encaminhados à pesquisa da presença do vírus pelo teste RT-PCR.

Testes de coronavírus em laboratório Foto: REUTERS/Axel Schmidt

Já para pessoas com oito dias do início dos sintomas, será feito o teste rápido que verifica a presença de anticorpos. Para isso, é preciso apresentar CPF ou cartão SUS do familiar que teve a confirmação da doença e informar a data de início de sintomas do familiar que testou positivo.

"Vamos avançar no rastreamento de contatos familiares, mesmo que não tenham sintomas. Já havíamos ampliado a testagem para profissionais da linha de frente, idosos em casas geriátricas e toda a população com sintomas gripais. São medidas para mitigar a cadeia de transmissão", afirmou Nelson Marchezan.

Atualmente, a administração municipal trabalha com capacidade de analisar até 650 testes por dia de RT-PCR. No início da pandemia, os exames estavam reservados somente a pessoas hospitalizadas e profissionais de saúde.

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Depois, passaram a ser aplicados em grupos acima de 60 anos, profissionais da segurança e idosos em casas geriátricas. “A intenção é interromper a cadeia de transmissão do vírus na cidade”, reiterou o secretário adjunto de Saúde de Porto Alegre, Natan Katz.

Pesquisa inédita

A capital gaúcha também foi palco de uma pesquisa inédita no mundo. Denominado "Avaliação da covid-19 na Comunidade de Porto Alegre", o estudo busca comparar os hábitos comportamentais, como a adesão ao isolamento social entre pessoas infectadas e não contaminadas para ampliar a compreensão sobre a covid e criar evidências sobre fatores de risco de contaminação. 

Esta é a primeira avaliação individual sobre o distanciamento social que se tem conhecimento na pandemia. A pesquisa será realizada em parceria com as universidades federais do Rio Grande do Sul (UFRGS), Pelotas (UFPel), Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e governos municipal e estadual.

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Na primeira fase, que deve ser concluída no início de agosto, serão consultados 450 porto-alegrenses que testaram positivo para a doença, formando o chamado grupo de casos, e uma amostra da população, incluída no estudo da UFPel, que compõe o chamado grupo controle, ou seja as pessoas não infectadas pelocoronavírus.

Para o coordenador da pesquisa e professor da UFRGS, Marcelo Gonçalves, a pesquisa pode trazer mais respostas e criar alternativas para combater a pandemia.“É o primeiro no país a avaliar de forma mais individualizada como se deu a contaminação, para entender os desfechos e saber se há associação entre a adesão ou não às medidas de distanciamento social e a contaminação pelo vírus. Os resultados serão relevantes para políticas públicas tanto de Porto Alegre quanto do Estado e país, agregando também ao que está sendo feito mundialmente”, explicou.

Os dados preliminares apontam que, entre o grupo controle, o percentual autodeclarado de adesão ao distanciamento social é maior entre pessoas com mais de 60 anos, chegando a 90% na faixa etária dos 70-79. Somente 60% dos jovens entre 18 e 29 anos, porém, afirmam estar seguindo as recomendações para restringir a circulação de pessoas na capital gaúcha.

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