O Peru, país que concentra 68% das geleiras tropicais do mundo, perdeu 56,2% delas ao longo dos últimos 60 anos, devido às mudanças climáticas. A situação foi revelada pelo Ministério do Meio Ambiente do Peru nesta quarta-feira, 22, durante a apresentação do Inventário Nacional de Geleiras e Lagoas de Origem Glacial (Inglog 2023), na cidade de Huaraz, no norte do país, com a participação da ministra do Meio Ambiente, Albina Ruiz.
A comparação foi feita usando imagens de satélite de 2020, que identificaram 2.084 geleiras livres ou cobertas por detritos rochosos, que ocupam uma superfície de 1.050 km². Em 1962, as geleiras somavam 2.399 km².
O aumento das temperaturas derreteu parte das geleiras, e a água formou novas lagoas de montanha, que segundo o Ministério correm o risco de transbordar e provocar inundações. Segundo o estudo, em apenas quatro anos, de 2016 a 2020, foram formadas 164 novas lagoas, aumentando o número total para 8.466 e cobrindo área de 1.081 km².
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Segundo o governo peruano, quase 20 milhões de pessoas se beneficiam da água que desce das geleiras. Com a redução delas, o abastecimento de água para essas pessoas vai ficando ameaçado. A perda afeta seriamente o fornecimento para vários territórios altoandinos, como pastagens e florestas nativas, além de comprometer a diversidade biológica.
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“Esta pesquisa gera evidências sobre o declínio acelerado das geleiras, que são importantes reservas de água em todas as cadeias montanhosas do país”, informou o ministério. Ainda segundo a pasta, as geleiras tropicais, mais do que outros tipos de geleiras, “mostram de forma mais dramática e evidente os impactos gerados pelas mudanças climáticas”. /EFE