Rita Lobato Velho: 1ª médica formada no Brasil foi notícia em 1887; hoje é homenageada pelo Google

Doodle do Google em homenagem à Rita Lobo Velho, 7/6/2024 Foto: Doodle Google

“Terminou o curso da Academia de Medicina da Bahia a exma. Sra. d. Rita Lobato Velho Lopes. É a primeira senhora que conquista um titulo scientifico em academia brasileira”, assim o jornal Estadão de 03 de novembro de 1887 - que na época ainda chamava-se A Província de São Paulo- noticiou o primeiro diploma de nível superior obtido por uma mulher no Brasil.

Nesta sexta-feira, 7, o Doodle do Google - espaço do buscador que diariamente muda para destacar alguém ou algo de relevância na sociedade ou datas especiais - homenageia a primeira cientista formada no País no seu aniversário de 158 anos.

>> Estadão - 03/11/1887

Hoje, mais de um século depois de Rita Lobato Velho se tornar uma pioneira da Medicina no Brasil, as mulheres já são quase a metade dos médicos do País .

Como apontou a nova edição da pesquisa Demografia Médica, do Conselho Federal de Medicina (CFM), as mulheres passarão a ser maioria na profissão ainda neste ano. Segundo a pesquisa, números do início de 2024 mostravam que 49,92% dos profissionais são do sexo feminino.

Primeira doutora formada no País

Uma gaúcha de 21 anos, a formanda conseguiu entrar para universidade após Dom Pedro II ter promulgado, em 1879, um decreto que garantia o livre acesso de mulheres à universidade no País. Formou-se médica pela Faculdade de Medicina da Bahia.

Em 20 de dezembro de 1887, uma notícia sobre a primeira médica formada no Brasil voltou a aparecer na capa do Estadão. A nota contava que Rita Lobato Velho havia recebido o “gráo” de doutora e que havia sido aprovada com “distincção”.

A tese defesa da cientista versava sobre a “operação cesariana”. A morte reconte de mães e de bebês durante o parto era um desafio para a medicina no período.

>> Estadão - 20/12/1887

Mais sobre feminismo no Acervo Estadão

Rita Lobato Velho clinicou por mais de 40 anos no Rio Grande do Sul. Nos anos de 1920 e 1930 apoiou o movimento pelo sufrágio feminino no Brasil, conquistado e instituído no Código Eleitoral de 1932.

Dois anos após a conquista do direito ao voto das mulheres, disputou e ganhou a eleição de 1934, tornando-se vereadora de Rio Pardo (RS). Morreu em 06 de janeiro de 1954, aos 87 anos de idade.

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