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Leite ganha mapa astral que indica fato 'de grande impacto' em sua vida neste mês

Aliados do governador gaúcho dizem que ele deve deixar o PSDB e ser candidato à sucessão de Bolsonaro pelo PSD de Kassab

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Foto do author Vera Rosa

Caro leitor,

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Nem prévias, nem pesquisas. O que mais impressionou até agora o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, foi um mapa astral recebido por ele, indicando que um fato “de grande impacto” acontecerá na sua vida, em março. A uma semana de completar 37 anos, Leite está inclinado a deixar o PSDB e se filiar ao PSD de Gilberto Kassab, até o fim deste mês, para trilhar o que chama de “caminho alternativo” e disputar a sucessão do presidente Jair Bolsonaro  (PL). Tem ouvido muitos conselhos, mas ainda não anunciou a decisão.

Para quem leva a sério essas previsões, como é o caso do governador, uma coisa parece certa: sua agonia deve durar pouco porque ele está prestes a sair do “inferno astral”, fase que antecede o aniversário. Nascido em Pelotas (RS), a 10 de março de 1985, Leite é do signo de Peixes, com ascendente em Touro, e Lua em Escorpião. Ganhou o mapa de um amigo que lhe pediu dados pessoais, como dia, mês, ano, local e hora do nascimento, e encomendou a análise a um astrólogo de sua confiança, em São Paulo. Ficou animado com o resultado, mas não fala sobre o assunto.

Dois empresários aliados do governador viram as conclusões do guia astrológico e disseram ao Estadão que ele aparece ali como uma pessoa de destaque, entre duas forças políticas.Seria Leite o candidato da terceira via na disputa contra Bolsonaro, de um lado, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de outro?

Eduardo Leite está inclinado a deixar o PSDB e se filiar ao PSD para disputar a sucessão do presidente Jair Bolsonaro Foto: Twitter/Reprodução

É justamente nesse ponto que surgem as dúvidas. Embora o mapa astral sugira que o gaúcho sempre consegue vitórias em situações adversas, mesmo quando tudo parece dar errado, nada indica que ele chegará ao Palácio do Planalto nas próximas eleições, em outubro.

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Mesmo assim, seus amigos leram a análise sob outra perspectiva, uma vez que, no futuro, o destino dele se cruzaria com o mapa do Brasil. Falta, porém, combinar com os astros do mundo político e com os números das pesquisas de intenção de voto. 

Leite já tinha tomado conhecimento do alinhamento dos planetas que regem sua trajetória quando admitiu a empresários, no último dia 18, a possibilidade de ser candidato à Presidência.

“De fato, estou sendo provocado novamente sobre o cenário nacional. Olha, passar um cavalo encilhado já não é fácil; passar dois, não dá para a gente desprezar”, constatou ele, na ocasião, em palestra na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (RS).

Aos apoiadores, o governador se apresenta como “vocacionado”, diz que não disputará a reeleição e já deu todos os sinais de que deixará o Palácio Piratini nos próximos dias. Quando questionado por jornalistas se vai mesmo sair doPSDB para concorrer à Presidência pelo PSD, ele encerra o assunto e afirma estar em processo de reflexão. “Nada definido”, responde.

Após ser derrotado nas prévias do PSDB, que em novembro do ano passado escolheram o governador de São Paulo, João Doria, como candidato do partido ao Planalto, Leite foi procurado pelo ex-ministro Gilberto Kassab, presidente do PSD.

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As negociações avançaram porque o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) – primeira opção de Kassab –, já avisou internamente que não disputará a cadeira de Bolsonaro.

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A complicada situação de Doria, estacionado nas pesquisas, e os movimentos do grupo de Leite escancaram o racha cada vez mais profundo no PSDB. Ex-tucano, Geraldo Alckmin deixou o partido em dezembro e agora busca uma sigla para se filiar e confirmar sua candidatura a vice na chapa de Lula, já acertada com o petista. Detalhe: Alckmin também é aliado de Leite.

Embora o governador gaúcho não passe de 3% nos últimos levantamentos, sua possível entrada no páreo fez acender o sinal amarelo no Planalto, como mostrou a Supercoluna. No diagnóstico de ministros próximos de Bolsonaro e de expoentes do Centrão, Leite tem potencial de crescimento porque é dono de um perfil que atrai votos do centro e até da centro-direita. Na avaliação de bolsonaristas,ele pode deixar para trás o ex-juiz da Lava Jato Sérgio Moro, que enfrenta dificuldades na campanha pelo Podemos.

“O Centrão entende de tudo, menos de eleição majoritária”, ironizou o senador Renan Calheiros (MDB-AL). Relator da CPI da Covid no ano passado, Renan comanda uma ala do MDB que quer abandonar Simone Tebet – a pré-candidata do partido à Presidência – para apoiar Lula no primeiro turno da eleição.

Treze diretórios do MDB integram o grupo que pretende aderir à campanha do petista desde já. Na lista estão seis seções do Nordeste, como Alagoas, Pernambuco, Maranhão, Rio Grande do Norte, Paraíba e Piauí, além de dirigentes em outros Estados, como os ex-senadores Eunício Oliveira, no Ceará e Romero Jucá, em Roraima.

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Até agora, Simone Tebet tem 1% nas pesquisas. Se Leite decidir entrar no páreo, como se prevê, o grupo dele insistirá no convite para que a senadora seja vice da chapa. “Não existe plano B. Sou candidata a presidente. Não quero unanimidade, mas, sim, unidade”, insiste Simone sempre que indagada sobre o racha no MDB e a possibilidade de ser vice.

Enquanto isso, o grupo de Leite já se movimenta em direção ao PSD de Kassab. Agostinho Meirelles, secretário de Apoio à Gestão Administrativa e Política do governo gaúcho, se filiou ao partido na semana passada. Ana Amélia Lemos, secretária de Relações Federativas e Internacionais do Rio Grande do Sul, vai deixar o Progressistas e negocia a entrada no PSD para concorrer novamente ao Senado.

Na campanha de 2018, Ana Amélia – então senadora – foi vice na chapa de Alckmin, que hoje está com Lula, que tem apoio de importante ala do MDB, que em 2006 apoiou o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Nessa constelação política, integrada agora por Leite, tudo pode acontecer, inclusive nada, como diria o ex-vice-presidente Marco Maciel. E haja mapa astral...

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