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Manifestantes paralisam obras de canal no Ceará

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Por CARMEN POMPEU

Um grupo de 700 agricultores ligados ao Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) paralisaram ontem e hoje a obra do Canal da Integração no trecho três, que compreende os 66 quilômetros que vão da Serra do Félix ao açude de Pacajus, na região metropolitana de Fortaleza. O canal possibilitará a transposição do açude Castanhão para reforçar o abastecimento na região da capital do Estado. Uma reunião realizada hoje entre manifestantes e representantes governamentais pôs fim ao protesto, que ocorreu de forma pacífica. A ação integrou uma série de outras desencadeadas pelo MAB em outros Estados em comemoração à Semana Internacional de Luta Contra as Barragens. A intenção é abrir negociações com os governos estaduais e o governo federal para que seja atendida uma pauta de reivindicações, que inclui desde valores das indenizações pagas por desapropriações de terra até a não-construção de uma hidrelétrica no Vale do Ribeira, no interior paulista. No Ceará, os agricultores exigem a conclusão das obras de infra-estrutura em 20 assentamentos no Vale Jaguaribano, leste do Estado, e a implantação de projetos de irrigação para as pessoas que vivem no entorno do açude Castanhão e da barragem do Figueiredo, obra prevista no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O protesto paralisou a obra do Canal da Integração em Cristais e em Morada Nova, na região do rio Jaguaribe, às margens da BR-116. Pela manhã, houve uma reunião com representantes da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), do Departamento Nacional de Obras Contra Seca (Dnocs) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). As partes decidiram estabelecer uma agenda que será encaminhada ao governador do Ceará, Cid Gomes (PSB). A desocupação da área está prevista para acontecer entre hoje e amanhã.

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