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‘Dom’: Última temporada aprofunda relação entre pai e filho e explora emocional dos personagens

Gabriel Leone e Flávio Tolezani retornam para uma temporada mais curta, com apenas cinco episódios, e falam ao ‘Estadão’ sobre desfecho e despedida da produção: ‘Sensação de dever cumprido’

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Foto do author Matheus Mans

“Uma jornada da incapacidade”. É assim que o ator Flávio Tolezani resume a terceira temporada de Dom, série brasileira do Prime Video que estreou sua última temporada na sexta-feira, 24. Mais curta, com apenas cinco capítulos, a nova leva de episódios é marcada por algo que já vinha se intensificando na segunda temporada: um foco ainda maior no relacionamento de Pedro (Gabriel Leone) e de seu pai, Victor (Flávio Tolezani).

“Nesta nova temporada, o Victor continua tentando e querendo uma solução para o filho e, por várias razões, isso se torna inviável”, diz Flávio. “Já na segunda temporada, sabemos que o meu personagem está com câncer e ele, fisicamente, fica limitado. Ainda tem a distância e a impossibilidade de encontrar o filho. Tudo isso se completa na incapacidade”.

Pai e filho

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Para quem está entrando no universo de Dom agora, a série sempre flertou com a incapacidade – assim como trabalhou com outros sentimentos similares, como a dor da distância, a complexidade dos relacionamentos, a dificuldade em manter um diálogo.

Toda a premissa da produção, afinal, fala sobre uma história real de Pedro Machado Lomba Neto, filho de um policial militar que combatia o tráfico de drogas, mas que acaba entrando no mundo da criminalidade. Pai e filho ficam opostos na sociedade, cercados por essa impossibilidade de contato. O relacionamento, aqui, se torna praticamente impossível.

Nas outras duas temporadas, Dom não só abordou essa complexidade, como também foi afunilando os caminhos: os encontros entre Victor e Pedro somem, a relação se desgasta e, no final, tudo que é sólido desmancha no ar.

“É uma contagem regressiva que começamos desde o início da série”, diz Gabriel Leone ao Estadão. “É uma tragédia desde o início e a última temporada tem um caráter de conclusão. Por mais clichê que seja isso, é o desfecho dessa tragédia, com a pressão vindo de todos os lados e ficando sem escape”.

Gabriel Leone e Flávio Tolezani na terceira e última temporada de 'Dom'. Foto: Laura Campanella/Prime Video/Divulgação

Apesar disso, Flávio e Gabriel concordam que é agora, nesses poucos cinco episódios da temporada final, que a relação de pai e filho se torna mais dramática. “Cada encontro que eles tinham era tão raro, e tão cheio de barreiras, que se tornava um encontro que sempre podia ser o último”, resume Gabriel.

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Para Flávio, a grande diferença entre o começo da história e agora é que o Victor tem menos possibilidade de ação. “O filho não é mais uma criança. Se ele achou que poderia se impor como um pai, ele percebe que não pode mais”, explica.

Despedida

É interessante notar como as coisas mudaram desde que a primeira temporada estreou no serviço de streaming, em 2021, para agora. Não apenas em termos de produção, com a morte do criador Breno Silveira, como também para o trabalho dos atores envolvidos: Gabriel Leone, o protagonista, começou a trilhar uma carreira internacional, com Ferrari, filme de Michael Mann que estreou no Brasil no começo do ano, e com a vindoura Senna.

Como é, para ele, ver uma série como Dom, que fez parte desse início de internacionalização de sua carreira, chegar ao fim?

“Foi a primeira vez que revisitei um personagem. A experiência de pausar uma história e depois concluir”, diz ele. “Foi um processo muito rico para mim como ator. Mas, acima de tudo, acredito que chego no final com a Dom. Contamos a história que o Breno sempre quis contar”.

Gabriel Leone como Pedro Dom na série do Prime Video, que chega a sua temporada final. Foto: Laura Campanella/Prime Video/Divulgação

Flávio também lembra que a ideia sempre foi, desde o começo da produção, fazer essa história em três temporadas – e que desde o começo estão se despedindo de seus personagens. “Parece pouco, mas é um tempo muito grande da nossa vida. São quase cinco anos. É muito tempo”, diz. “É bom poder revisitar e voltar ao nosso trabalho, já que a gente amadurece junto com os nossos personagens em algum lugar aqui dentro”.

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