São apenas dois personagens, mas quatro atores em cena – é essa aparente contradição a grande força do musical Tempo Certo, em cartaz no teatro Viradalata. Daniel Cabral, Éri Correia, Álvaro Real e Vanessa Mello se alternam nos papéis de Cris e Duda, apelidos que não demarcam um gênero específico e que, por isso mesmo, permitem que o elenco componham quatro casais diversos.
Cris e Duda vivem o último ano de uma relação que se esvai e, ao tentar evitar as dores do fim de uma paixão, tocam em temas como relações superficiais, medos contemporâneos e a eterna busca pelo controle do tempo.
O texto foi inspirado no curta brasileiro Nem que Tudo Termine Como Antes e tem músicas da Roberta Campos, cantora e compositora indicada ao Grammy Latino, que também compôs uma canção original para o espetáculo.
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“Falar sobre o amor e o controle do tempo não é nada fácil”, comenta Daniel Cabral. “O maior desafio é trazer a mesma sintonia para o mesmo personagem, interpretado por dois atores em multiversos diferentes.”
Desafio
“O texto passou por diversas mudanças, mas a mais radical foi a de ter quatro atores interpretando dois personagens e revezando entre si”, diz Rafael Pucca, autor do texto e também diretor artístico. Para ele, o maior desafio foi deixar a história clara, mesmo com tantas trocas e saltos temporais.
De fato, se no início a trama causa estranheza, logo o público se acostuma com os casais de diferentes orientações sexuais. Um trabalho marcado pela inteligência e delicadeza.
Tempo Certo é ainda o primeiro espetáculo original do selo Circuito Off, lançado em 2016 com o objetivo de trazer ao Brasil o formato Off-Broadway. “Esperamos oito anos para produzirmos um espetáculo ao vivo porque queríamos fazer de uma forma saudável e economicamente viável”, diz Álvaro Real, também diretor geral do projeto.
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