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Alarmes de deflação na China aumentam com a queda dos preços de alimentos e automóveis

Além das quedas nos preços ao consumidor em janeiro, os preços no atacado caíram no mês passado e vêm caindo todos os meses desde outubro de 2022

Por Keith Bradsher

THE NEW YORK TIMES - Os preços ao consumidor recuaram no mês passado na China, a maior queda desde a crise financeira global de 2009. Os dados são o mais recente sinal de que os gastos fracos e o excesso de produção das fábricas e fazendas estão forçando as empresas a oferecer descontos.

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O declínio nos preços ao consumidor se limitou principalmente a alimentos e carros elétricos. No entanto, os preços no atacado cobrados pelas fábricas e outros produtores também caíram no mês passado e, desde outubro de 2022, em todos os meses, eles estão abaixo de seus níveis do ano anterior.

Um amplo declínio no nível geral de preços, um fenômeno conhecido como deflação, pode ser muito problemático para a economia. A queda dos preços torna difícil para as famílias e empresas manterem em dia os pagamentos mensais de hipotecas, empréstimos corporativos e outras dívidas.

“Os dados de deflação se somam a uma série de outros indicadores econômicos que, somados a um mercado de ações em dificuldades e a um mercado imobiliário em desarranjo, representam um desafio extraordinário para a abordagem de comando e controle do governo chinês”, disse Eswar Prasad, professor de comércio e economia da Universidade de Cornell.

Preços na China seguem caindo, incluindo nos setores automotivo e alimentício, em caso de deflação Foto: Qilai Shen / The New York Times

Os mercados acionários da China caíram acentuadamente neste ano, embora tenham reduzido suas perdas nesta semana. A China informou na quarta-feira, 7, que o funcionário mais diretamente responsável pela supervisão dos mercados de ações, Yi Huiman, foi substituído como líder da Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China. Yi, de 59 anos, foi substituído por Wu Qing, um regulador de longa data.

A queda nos preços tem um lado positivo para a China: ela torna os produtos chineses ainda mais competitivos nos mercados estrangeiros. Como muitas famílias chinesas estão cada vez mais cautelosas em relação aos gastos, os fabricantes de tudo, desde carros elétricos até painéis solares, estão aumentando suas exportações para mercados distantes.

Os preços ao consumidor caíram 0,8% em janeiro em relação ao ano anterior, uma queda muito maior do que a esperada. Esse declínio foi impulsionado pelo recuo dos preços dos alimentos, incluindo uma queda de 17,3% no preço da carne suína.

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O preço da carne suína pode ser volátil, especialmente na época do Ano Novo Lunar, quando as comemorações familiares tendem a aumentar a demanda. Em 2023, o feriado ocorreu no final de janeiro, provavelmente elevando os preços da carne suína no mês. Este ano, será quase três semanas depois, o que significa que os preços poderão subir em fevereiro.

Excluindo os alimentos, os preços ao consumidor subiram 0,4%. A queda dos preços dos carros elétricos foi compensada pelo aumento lento dos preços de roupas, assistência médica e turismo.

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