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Aplicações de renda fixa recomendadas

Especialistas prevêem cortes de juros e propõem adesão aos fundos de derivativos, mas alertam para os maiores riscos.

Por Agencia Estado
Atualização:

Embora o Banco Central (BC) tenha interrompido o movimento de queda das taxas de juros na quarta-feira, ao manter a taxa básica da economia em 16,50% ao ano até 20 de setembro, a expectativa do mercado é que novos cortes sejam feitos no futuro. Até o fim do ano, analistas dizem que a taxa deverá estar entre 15% e 16%. Assim, a perspectiva é de redução de ganho nas aplicações de renda fixa tradicionais. Diante disso, buscar aplicações que possam ser mais rentáveis, embora apresentam algum risco, continua sendo a indicação dos analistas. Além de ações, o investidor tem como opção os fundos de derivativos (futuros e opções), cuja procura tem aumentado. O diretor de Renda Fixa da Latinvest Asset Management, César Trotte, explica que a adesão poderia ser maior se os investidores não continuassem vendo esses fundos com o mesmo nível elevado de risco que eles tinham antes. Para ele, a realidade no mercado financeiro mudou desde a desvalorização do real em janeiro de 1999, diminuindo o risco nessa categoria de fundos. Embora venham apresentando risco menor, os fundos de derivativos não alteraram seu potencial de rentabilidade. "Os ganhos nominais são menores, mas, em proporção ao CDI, não mudaram", diz Trotte. Como funcionam Como as demais categorias de fundos, os derivativos também possuem títulos em suas carteiras. Estando lastreados, no entanto, o gestor faz operações em mercados futuros de juros, principalmente, bolsa e câmbio. É dessas operações que podem vir os rendimentos superiores ao da renda fixa, e é delas também que podem resultar perdas. Daí o risco nesses fundos: nessas operações, o gestor pode envolver quantia equivalente a duas, três ou mais vezes o patrimônio líquido do fundo, a que se dá o nome de alavancagem. No entanto, Trotte explica que ocorreram várias alterações que reduziram o risco nesses fundos. A principal delas, diz, foi a introdução do câmbio flutuante, que mudou o fator de risco nos diversos mercados futuros: de juro, câmbio e bolsa. Quanto mais sujeito a fortes oscilações, mais arriscado é o mercado de derivativos. Juros O câmbio flutuante reduziu o risco nas operações no mercado de juro futuro, porque agora as oscilações das taxas são menores. Fica descartado o risco de a taxa de juros dobrar de um dia para o outro, como ocorria em momentos de crises externas ou internas no passado. Existe, sim, o risco de os juros subirem, mas um ajuste, hoje, refletiria a expectativa de crescimento de inflação, levando a eventuais ajustes pequenos. Como as operações de derivativos estão concentradas basicamente nesse mercado de juros, o risco embutido nos fundos está menor. Além disso, para Trotte, os gestores atuais protegem suas apostas no segmento de juros com posições no mercado de câmbio, de modo que uma eventual perda no mercado de juros possa ser compensada com ganhos em dólar. A estratégia é viável porque uma possível alta dos juros está normalmente associada também à alta do dólar. Ele completa explicando que os juros só subiriam puxados pela inflação, e esta só aumentaria de forma consistente se o real se desvalorizasse. Câmbio Já o risco no câmbio agora é maior por ele flutuar. Os gestores, por isso mesmo, têm limitado suas operações em mercado futuro de câmbio a hedge, ou seja, à proteção da carteira. Assim, a flutuação cambial diminuiu o risco para o investidor nessas carteiras. "Os gestores não fazem mais alavancagens em mercado de câmbio justamente porque a volatilidade agora é maior". A alavancagem ocorre quando o administrador faz operações nos mercados de derivativos com valor superior ao do patrimônio do fundo. Bolsa Antes, estando o câmbio quase fixo, a bolsa apresentava movimentos bruscos em momentos de crise externa. Com o atual câmbio flutuante, essas oscilações ocorrem com menos freqüência, diminuindo também o risco em bolsa. Veja em matéria a seguir dicas de gestão de investimentos

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