BRASÍLIA - O Ministério Público do Trabalho (MPT) vai acompanhar de perto os desdobramentos do encerramento das atividades da Ford no Brasil. Após reunião com representantes da multinacional na manhã desta quinta-feira, 14, o órgão criou um Grupo Especial de Atuação Finalística (Geaf) para monitorar os impactos do fechamento de três fábricas da companhia norte-americana, que podem afetar até 5 mil trabalhadores.
De acordo com o MPT, já existem três inquéritos civis abertos nas regiões onde a Ford deixará de produzir. Na segunda-feira, 11, a montadora americana anunciou o fechamento das fábricas em Camaçari (BA), onde ficam as linhas dos modelos EcoSport e Ka; Taubaté (SP), que produz motores; e Horizonte (CE), onde são montados os jipes da marca Troller.
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Com base nesses três processos, foi criado um Geaf por meio do qual as procuradoras do trabalho que comandam os inquéritos na Bahia, Ceará e São Paulo poderão atuar de forma "coordenada e estratégica" para mitigar os impactos da decisão da Ford.
Por meio de nota, o procurador-geral do MPT, Alberto Balazeiro, demonstrou preocupação com os reflexos sociais e com a empregabilidade dos trabalhadores da empresa após o fim das atividades nas três unidades. Ele ressaltou que existe toda uma cadeia produtiva do entorno da empresa que também será atingida.
Pela Ford, participaram da reunião o diretor jurídico da companhia, Luís Cláudio Casanova, o gerente de Relações Governamentais, Eduardo Freitas, e três advogados da empresa. Segundo o MPT, os representantes da montadora repetiram os argumentos que a empresa vem sustentando para justificar sua saída do Brasil e se comprometeram a encaminhar ao Ministério Público do Trabalho todas as informações requisitadas sobre as demissões.
O secretário especial da Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco, e o secretário de Trabalho, Bruno Dalcolmo, também participaram da reunião virtual.
Como mostrou o Estadão, o Ministério da Economia já iniciou conversas para apoiar a recolocação dos trabalhadores da Ford que vão perder o emprego com a saída da montadora do Brasil. Uma das possibilidades é a criação de um programa específico para ajudar esse grupo de trabalhadores altamente qualificados.