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BNDES vende R$ 16 bi em ações em meio à pandemia e reduz participação em empresas

Como parte de seu programa de desinvestimento, banco de fomento já vendeu papéis de Vale, Suzano e AES Tietê; Klabin e ações preferenciais da Petrobrás são as próximas da lista

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Por Fernanda Guimarães
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Em meio a um cenário de maior volatilidade dos mercados, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fez mais uma venda de ativo de sua carteira de renda variável, seguindo o seu plano de enxugar seu portfólio de ações. Na quinta-feira, 1º, o banco concluiu a venda de sua participação de 11% na gigante de celulose Suzano e colocou no caixa mais R$ 6,9 bilhões, se despedindo de mais uma de suas maiores posições de sua carteira. Com isso, ao longo da pandemia os desinvestimentos pelo banco de fomento já são da ordem de R$ 16 bilhões. Antes foram feitos desinvestimentos em Vale e AES Tietê.

Apesar do aumento da volatilidade, segundo investidores, a oferta da Suzano se beneficiou do dólar mais elevado, já que o câmbio dá um impulso às suas receitas. A demanda foi alta e superou em três vezes o total da oferta - as ordens ficaram acima dos R$ 20 bilhões, apurou o Estadão/Broadcast.

BNDES anuncia nova rodada de suspensão de pagamento de dívidas para setores específicos. Foto: Fábio Motta/Estadão

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Os planos para o ano incluem mais vendas de ativos. Para o curto prazo, está na lista a venda das ações da Klabin, por exemplo, além das ações preferenciais da Petrobrás, que ainda precisam recuperar o preço visto no pré-pandemia.

Em agosto, o BNDES também capitaneou o maior leilão em Bolsa da história da América Latina, com a venda de parte de suas ações da mineradora Vale, uma operação que girou R$ 8,1 bilhões. A instituição financeira, a partir de novembro, terá disponível ainda mais ações da Vale para venda, após o fim do acordo de acionistas da empresa.

No início do ano, o banco fez a venda de suas ações ordinárias da Petrobrás, a maior transação deste ano no mercado acionário, de R$ 22 bilhões. Vendeu ainda sua fatia na AES Tietê para a AES Corp, ou seja, em uma clássica operação de M&A - fusões e aquisições, do inglês, embolsando R$ 1,27 bilhão. No fim do ano passado foi outra oferta de ações que marcou a sua saída do capital do frigorífico Marfrig.

Ainda na lista para desinvestimento está sua participação polêmica na JBS. A operação estava sendo conduzida no início do ano, mas foi atropelada com a chegada da pandemia. Essa, contudo, deve ficar para 2021.

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