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Bolsonaro defende CPI para investigar Petrobras e chama reajuste de inconcebível

De acordo com o presidente, a medida já é negociada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), junto a líderes partidários

BRASÍLIA - Em reação ao novo reajuste dos combustíveis anunciado mais cedo pela Petrobras, o presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta sexta-feira, 17, a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso para investigar a atuação da empresa e investigar o aumento dos preços, chamado por ele de “inconcebível”. 

"A ideia nossa é propor uma CPI para investigar o presidente da Petrobras, os seus diretores e também o Conselho Administrativo e fiscal. Nós queremos saber se tem algo errado nessa conduta deles”, afirmou em entrevista a uma rádio em Natal.

Jair Bolsonaro, presidente da República; Bolsonaro teme que os impactos do salto dos combustíveis prejudiquem plano de reeleição do presidente Foto: Ueslei Marcelino/ Reuters

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De acordo com o presidente, a medida já é negociada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), junto a líderes partidários. “É inconcebível se conceder um reajuste, com combustível lá em cima e com os lucros exorbitantes que a Petrobras está tendo”, seguiu Bolsonaro na entrevista. O chefe do Executivo disse que a CPI é o caminho para “colocar a nu” e dar um "ponto final" no que chamou de “processo irracional” de aumento dos combustíveis.

Ele também voltou a atacar os lucros da estatal. “Ninguém consegue entender, algo estúpido, ela lucra seis vezes mais que a média das petrolíferas de todo o mundo. As petroleiras fora do Brasil reduziram sua margem de lucro”.

Nesta manhã, a Petrobras anunciou que o preço da gasolina será reajustado amanhã em 5,2%, passando a custa R$ 4,06. Já o litro do diesel subirá 14,2%, para R$ 5,61. O entorno de Bolsonaro teme os impactos do salto dos combustíveis nos planos de reeleição do presidente. Como mostrou o Estadão/Broadcast, o governo pressiona pela saída imediata do presidente da Petrobras, José Mauro Coelho.

Como principal acionista, a União recebe a maior parte dos dividendos da estatal, que vão direto para o caixa do governo. Como mostrou o Estadão, entre janeiro de 2019 (início do governo Bolsonaro) e março deste ano, a Petrobras já injetou nos cofres federais R$ 447 bilhões, levando-se em conta, além dos dividendos, os impostos e os royalties pagos.

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