O presidente Jair Bolsonaro disse neste sábado que o imposto sobre transações financeiras proposto pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, não é igual à antiga Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira, a CPMF. “A proposta de Guedes visa desonerar a folha de pagamento”, disse Bolsonaro a apoiadores reunidos em frente ao Palácio da Alvorada.
O tema do novo imposto, defendido por Guedes, voltou a ganhar importância com o retorno das discussões sobre a reforma tributária. A equipe econômica prevê enviar seu projeto ao Congresso na próxima terça-feira.

Na quinta-feira, 16, durante o evento Expert XP, Guedes falou sobre o tema e fez questão de ressaltar que um novo imposto sobre transações financeiras não é uma CPMF com outro nome. "Se disserem que não querem a CPMF, estaremos de acordo, pois não é a CPMF. Não é o mesmo imposto com outro nome, é uma base mais ampla", disse.
Mas a criação do imposto provoca fortes reações contrárias. Também na quinta-feira, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou ser contra a recriação de um tributo semelhante à CPMF. "Não há espaço para debater uma nova CPMF. Nossa carga tributária é alta demais, e a sociedade não admite novos impostos", escreveu Maia no Twitter.
Cerimônia
Contaminado pelo novo coronavírus, o presidente conversou com apoiadores no fim da tarde deste sábado após cerimônia de hasteamento da bandeira. Ele usava máscara e estava ao lado da deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP). “Vamos apoiar as reformas e colocar o país nos trilhos de novo”, disse a parlamentar.
Bolsonaro ainda disse que o governo federal não deixou faltarem recursos para que Estados e municípios combaterem a pandemia. Ele reiterou que o Brasil deve “voltar a trabalhar” e que as medidas de isolamento social não têm eficácia no controle da covid-19. “Miséria e depressão matam mais que coronavírus”, disse o presidente aos apoiadores.