RIO - A proporção de brasileiros com dívidas cresceu para 77,5% em março, ante 76,6% em fevereiro, informou a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), ao divulgar a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). A proporção de endividados está em nível recorde, 10,3 pontos porcentuais (p.p.) acima de março de 2021.
A corrosão dos orçamentos domésticos, por causa da inflação, pode estar por trás do movimento, com as famílias buscando crédito para fechar as contas, sustenta a nota divulgada pela CNC. O número de endividados cresceu, mesmo diante das taxas de juros mais elevadas, por causa do ciclo de aperto da política monetária, iniciado em março de 2021 pelo Banco Central (BC).
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Como considera todos os tipos de dívida, inclusive o uso de cartão de crédito, o crescimento do endividamento na Peic nao necessariamente é negativo. Em períodos de crescimento econômico, pode sinalizar crescimento do crédito e da demanda.
No quadro atual, porém, o aumento do endividamento vem acompanhado de avanço da inadimplência. Em março, a proporção de famílias com dívidas ou contas em atraso também alcançou o maior patamar da série histórica da Peic, em 2,8%, alta de 0,8 p.p. ante fevereiro e um salto de 3,4 p.p. ante março de 2021.
Além disso, a parcela de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e, portanto, “permanecerão inadimplentes”, também subiu, para 10,8%, ante 10,5% em fevereiro.