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Bastidores do mundo dos negócios

Adnoc conclui diligências em fábricas da Braskem no Brasil

Empresa de Abu Dhabi já fez oferta de R$ 10,5 bilhões por participação na petroquímica

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Por Cynthia Decloedt (Broadcast)
Unidade da Braskem no Polo Petroquímico de Camaçari, na Bahia Foto: DIV

A Adnoc, estatal de petróleo de Abu Dhabi, concluiu as diligências nas fábricas da petroquímica Braskem no Brasil, como parte do processo que pode resultar na aquisição de uma fatia de 38% no capital total da petroquímica. Agora as diligências acontecem nas operações do grupo brasileiro no exterior e devem ser concluídas nas próximas semanas.

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Um time de cerca de 15 técnicos da Adnoc, entre árabes, norte-americanos e brasileiros, esteve em reuniões com representantes da Braskem e em visitas nas diversas unidades da petroquímica durante janeiro. Os temas abordados pelos representantes da Adnoc estiveram mais relacionados a preocupações estratégicas e culturais do que técnicas.

Os temas relacionados às minas de sal-gema em Maceió, desativadas em 2019, após constatação de deslocamentos no solo em bairros residenciais no entorno da operação, também foram bastante questionados. Em 2019, essa questão levou a holandesa LyondellBasell a desistir do negócio já confirmado pela petroquímica brasileira por conta do incidente. No final de 2023, o rompimento de uma das 35 minas desativadas na lagoa Mundaú, trouxe novamente o problema aos holofotes e discussões quanto ao passivo relacionado.

Rumo a uma proposta vinculante

A conclusão das diligências nas unidades da Braskem no Brasil e no exterior pode resultar na apresentação de uma oferta vinculante, ou seja, de um valor final pelo ativo. A petroleira de Abu Dhabi já fez as diligências financeiras, e uma oferta de R$ 10,5 bilhões pela participação na Braskem foi feita. A proposta original dos árabes também prevê que a Novonor (ex-Odebrecht) fique com 4% do capital total.

A Novonor detém o controle da Braskem, com uma participação de 50,1% das ações ordinárias e 38,3% do capital total. Ao seu lado está a Petrobras, com uma fatia de 47% das ordinárias e 36,1% do total. A Novonor negocia sua fatia como parte de plano de recuperação judicial.

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O eventual fechamento do negócio envolveria a aceitação da proposta por um grupo de cinco grandes bancos - Bradesco, Itaú, Santander, Banco do Brasil e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - que têm ações da Braskem, dadas em garantia por empréstimo pela então Odebrecht.

Petrobras também tem interesse

A Petrobras também está na mesa, uma vez que tem interesse estratégico no ativo, e os árabes vêm negociando com o governo brasileiro desde o ano passado. Um novo acordo de acionistas com a Petrobras deve ser costurado. A Petrobras tem direito de preferência na aquisição da Braskem e concluiu recentemente sua diligência na empresa.

A ideia da Adnoc, 12ª maior empresa produtora de petróleo do mundo, é marcar presença nas Américas com essa aquisição, criando uma plataforma de investimentos a partir da Braskem, que pode ter seu capital fechado.

Procuradas, a Novonor e Braskem não comentaram. A Adnoc não retornou.


Este texto foi publicado no Broadcast no dia 09/02/24, às 16h31

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