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Bastidores do mundo dos negócios

Corrida para forrar caixa coloca 50 empresas na fila de emissões só no UBS BB

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Neste ano, até setembro, houve apenas 15 ofertas de ações na B3  Foto: Gabriela Biló /Estadão

Investidores sem apetite para participar de ofertas iniciais de ações e a perspectiva de maior nervosismo na economia no próximo ano têm criado uma espécie de corrida das empresas para fechar captações de recursos com emissão de títulos de dívida ainda este ano. A ideia é deixar o caixa forrado, para atravessar o ano eleitoral com alguma folga. Em alguns bancos de investimento, como no UBS BB, há mais de 50 emissões na fila, que superarão os R$ 35 bilhões, caso sejam concretizadas. São títulos de dívida (debêntures), certificados de recebíveis agrícolas e imobiliários, fundos de investimento em direito creditório e outros papéis de renda fixa voltados ao mercado nacional. A situação não é exclusividade do UBS BB, já que essas captações são feitas por meio de sindicatos de bancos, que se juntam para fechar as operações.

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A demanda das empresas é tamanha que há filas para entrar na agenda para apresentar os negócios a investidores profissionais. Segundo Antônio Emílio Ruiz, responsável pela área de emissão de dívida local do UBS BB, saem em vantagem as corporações que fazem captações rotineiramente, por já serem conhecidas dos investidores.

Com o congestionamento, diz ele, algumas companhias têm aceitado postergar o fechamento das captações para o início do próximo ano. Principalmente as que estão fazendo uma primeira aproximação junto aos gestores de recursos e precisam de atenção maior para se apresentar.

De todo modo, os gestores têm tido demanda para encontrar alternativas de renda fixa para colocar os recursos de seus clientes, principalmente a partir do meio do ano. Para se ter uma ideia, entre janeiro e novembro, R$ 275 bilhões migraram para a renda fixa, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) sendo que quase metade é direcionada a papéis corporativos. O recorde de 2019 já foi batido.

Captações externas

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Em relação às captações externas, os chamados bonds, a expectativa é que janeiro possa ser novamente um mês aquecido como foi em 2021. Ainda há muita incerteza no ar, como a gravidade da variante ômicron do coronavírus. De acordo com Samy Podlubny, responsável pela área de emissão de dívida local e internacional do UBS BB, as operações internacionais foram postergadas para começo do ano que vem ou acabaram sendo suspensas, por causa das incertezas no mercado no último trimestre.

Porém, pelo lado das empresas existe a demanda por recursos - e os investidores estrangeiros continuam com acesso à forte liquidez. "Se mercado começar o ano numa batida positiva, tem chance de janeiro ser tão aquecido quanto foi em 2021, porque o próximo ano é mais curto (por causa das eleições)", diz Podlubny. Isso mesmo com o fato de o risco Brasil medido pelo CDS estar em patamares elevados.

O UBS BB tem seis emissões no exterior que devem acontecer no início do próximo ano, algumas delas superiores a US$ 1 bilhão. Para ele, a tendência é que as emissões verdes continuem ganhando importância tanto para as empresas quanto aos investidores.

 

Esta nota foi publicada no Broadcast+ no dia 06/12/21, às 18h13.

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