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Bastidores do mundo dos negócios

E-commerce ultrapassa barreira de dois dígitos no varejo nacional

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Atualização:
Tema das fake news ganha importância nas corporações    Foto: Nilton Fukuda/Estadão

O comércio digital representou, em 2021, 11,3% de todas as vendas do comércio varejista restrito, que exclui veículos, peças e material de construção. No ano passado, o crescimento do e-commerce atingiu 18%, de acordo com o acompanhamento da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), que congrega 9.500 empresas do setor. Os dados, antecipados para a Coluna, estão sendo compilados e serão divulgados ainda este mês.

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O economista Fábio Bentes, da Confederação Nacional do Comércio, comenta que 2021 marcou, sim, o novo patamar de participação do comércio eletrônico no varejo restrito. Bentes, que faz um monitoramento reunindo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e da Receita Federal, destaca que já havia constatado a participação de 10,8%, mas ainda não com o ano fechado.

Pandemia

Foram saltos consideráveis em muito pouco tempo, seguindo a tendência natural pela digitalização, acelerada sobremaneira pela pandemia. Há menos de quatro anos, essa participação ficava em torno de 5%. Em 2019, subiu para 7,5%; em 2020, encostou nos 10% e, em 2021, ultrapassou a barreira. O crescimento vertiginoso é o pano de fundo de muitos negócios no setor varejista que têm sido anunciados nos últimos meses.

Reportagem recente do Estadão, com base em estudo da gestora Canuma Capital, mostrou que, com R$ 260 bilhões, as vendas digitais no ano passado pela primeira vez superaram as vendas em shopping centers. Para Bentes, a tendência é que em três anos, no máximo, o e-commerce se consolide como o segundo principal canal de vendas, atrás do comércio de rua e à frente dos shoppings.

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"Além das empresas que surgiram no mercado, a onda de digitalização bateu firme nas grandes redes varejistas, nos supermercados e lojas de vestuário, que não estão dispostas a esperar o fim da pandemia para consolidar mercado", diz o economista.

Projeção

A Neotrust, que monitora 85% do comércio eletrônico brasileiro, irá divulgar a seus clientes números também robustos. De acordo com a empresa, que acompanha o varejo sem exclusão de nenhuma categoria, o e-commerce cresceu 26,9% no Brasil em 2021 e alcançou faturamento de R$ 161 bilhões. Em relação a 2019, o aumento foi de 113,9%.

A primeira projeção da Neotrust para 2022 é de crescimento em torno de 9% no comércio eletrônico. A empresa ressalta o caráter atípico do ano, considerando um cenário econômico nada promissor e as eleições presidenciais. "Em outubro será a eleição presidencial que, segundo pesquisas, será marcada por uma forte polarização. E, como em toda eleição, a partir de julho as mídias e os institutos focarão os esforços neste evento", relata o documento da Neotrust que, lembra ainda a Copa do Mundo, pela primeira vez será disputada no fim do ano, em período que coincidirá com a Black Friday, o que deve ter impacto negativo nas vendas.

Não será um ano tão atípico quanto o de 2020, que marcou o início da pandemia. Mas, naquele momento, a necessidade urgente de mudança de hábitos acabou por impulsionar o comércio digital. Agora, o cenário é diferente, com uma inesperada nova onda de covid, com a chegada da variante ômicron. "Avaliamos os inúmeros fatores que entendemos serem os responsáveis por este novo momento: medidas menos restritas, avanço da vacinação e segunda dose, adaptação das medidas sanitárias nas lojas físicas e restaurantes, crise econômica, inflação, aumento nos preços dos combustíveis, desemprego", diz o relatório da Neotrust.

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A tendência, segundo a empresa, é de expansão de marketplace; cada vez mais interação entre lojas físicas e digitais, com a consolidação de vendas pela internet e retirada nas lojas; predominância de novas formas de pagamento, como o PIX; comércio por redes sociais, e a concorrência baseada na rapidez de entrega dos produtos.

 

Este texto foi publicado no Broadcast+ no dia 21/01/22, às 17h22.

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