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Bastidores do mundo dos negócios

Fundos de recebíveis continuam abertos para financiar fintechs, mas a um custo bem maior

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Atualização:
Banco digital Neon está entre os que recorreram a fundos de recebíveis      Foto:   Neon

Diante da escassez de cheques por parte dos fundos de venture capital (que compram participações em empresas), que tiveram queda de 44% no volume de negócios no primeiro semestre, e da secura das ofertas de ações, os fundos de recebíveis (FIDCs) ganharam força adicional para financiar a carteira de crédito das fintechs brasileiras. No segundo semestre, há pelo menos R$ 1,1 bilhão em captações desse tipo na fila, mas o custo está bem mais salgado, dado que a taxa Selic bateu em 13,25%, ainda vai subir mais e só deve arrefecer a partir do ano que vem. Algumas operações estão saindo com taxa de retorno perto de 20% ao ano, o que é ótimo para o investidor, mas desafiador para quem precisa captar.

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O banco digital Neon e a fintech Creditas estão entre as empresas que recorreram aos fundos de recebíveis. Mas se em dezembro de 2021 esta última conseguiu captar quase R$ 500 milhões com taxas ao redor de 13%, agora testa os 17% em uma oferta de R$ 700 milhões prevista para ir ao mercado em agosto.

Se juros caírem em 2023, emissões podem ficar mais baratas

Para especialistas, a questão não é o fato de a Selic estar mais alta agora, mas sim por quanto tempo ficará nesses patamares. Se os juros começarem a cair no ano que vem, como prevê o mercado, emissões atreladas ao CDI podem ficar mais baratas até a data de vencimento. A do Neon, por exemplo, tem prazo de três anos.

A fintech espera voltar ao mercado ainda neste ano, com captação acima de R$ 400 milhões, e pretende baixar o custo. De acordo com o CFO, Jamil Marques, a ideia é mostrar ao mercado o amadurecimento da carteira de crédito a que o FIDC está atrelado, dando maior confiança aos investidores. Em uma oferta em junho, o Neon captou com taxa equivalente a 18,5%.

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Cenário ruim para fintechs parece longe do fim

O ambiente ruim para as fintechs e as nascentes de tecnologia não dá mostras de chegar ao fim. Um novo indício foi observado esta semana, quando a Deezer, empresa francesa de streaming de música, estreou na Bolsa de Paris e viu suas ações caírem 30% logo no primeiro dia. Outro sinal preocupante é que mesmo com preços dos papéis nas mínimas históricas, grandes fundos estão se desfazendo das ações das fintechs. Entre as operações recentes, a gestora Monashees vendeu papéis da GetNinjas, enquanto a Dynamo e a BlackRock se desfizeram de ações da Enjoei. Ambas acumulam quedas próximas de 90% nos últimos 12 meses.

 

Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 07/07/22, às 14h31

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