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Bastidores do mundo dos negócios

Investidor prefere Paulo Caffarelli a Guido Mantega na presidência da Vale

Caffarelli já comandou o Banco do Brasil e a Cielo. Também foi diretor da CSN

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Por Cristiane Barbieri (Broadcast)
Mandato do atual presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, estende-se até abril de 2024  Foto: @Ricardo Teles

Caso o governo insista em levar adiante uma mudança no comando da Vale, com a indicação de um nome mais próximo a Brasília para o cargo, o nome de Paulo Caffarelli tem grande preferência em relação ao do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, entre grandes investidores da mineradora. De acordo com uma fonte na condição de anonimato, ter experiência em posições de comando na iniciativa privada é essencial para estar à frente de uma empresa do porte e com os grandes desafios da Vale. Caffarelli já comandou o Banco do Brasil, a Cielo e foi diretor da CSN, além de ter sido secretário executivo do Ministério da Fazenda. Já as experiências de Mantega são mais restritas à academia e a diferentes cargos do setor público. Além de ministro da Fazenda e do Planejamento, ele foi presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

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Como o mandato do atual presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, estende-se até abril, o momento de dar início ao processo de seleção de candidatos, caso decida-se pela troca, seria entre setembro e outubro. Isso porque, diz a fonte, trocar o comando de uma corporação com a magnitude da Vale é bastante demorado.

Pelas regras da mineradora, uma consultoria internacional teria de apresentar uma lista tríplice de nomes, a partir da qual o conselho escolherá o novo comandante. Pelos critérios de governança, Mantega não seria qualificado para a lista por não ter experiência de liderança em corporações privadas.

Novas regras da mineradora são entraves à entrada de Mantega

Há ainda uma série de outros entraves para intervenções do governo na empresa, inclusive caso se tente alçar Mantega à presidência do conselho. Houve episódios recentes nos quais o fundo de pensão e acionista Previ e minoritários tentaram ser alçados ao comando do colegiado, mas não obtiveram os votos necessários, o que mostraria a maior independência do conselho, diz a fonte.

Por outro lado, o ideal seria mesmo evitar ingerências públicas na mineradora, segundo o entrevistado. A percepção dos críticos do governo é de que a Vale tem se restringido a concessões ferroviárias e de minas, mais do que a investimentos capazes de gerar empregos e distribuir riqueza. “É uma empresa 100% concessionária que atua em Estados pobres. Precisava ter mais consciência social e ambiental”, diz uma fonte.

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Apesar de ser considerado bastante discreto e sem o trânsito que seria ideal junto ao governo, Bartolomeo é visto como um executivo eficiente junto aos investidores. Ele assumiu o cargo após as tragédias causadas pela mineradora e conseguiu recuperar o valor de seus papéis. Procurada, a Vale não comentou.

*Colaborou Juliana Garçon, do Rio


Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 07/08/23, às 18h06.

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