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Bastidores do mundo dos negócios

Luciano Hang, da Havan, encontra-se com investidores para captar R$ 500 mi

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Atualização:
Hang, dono da Havan: captação visa expansão da empresa  Foto: Dida Sampaio/Estadão

O empresário Luciano Hang, fundador da rede varejista Havan, vem fazendo apresentações para investidores com o objetivo de captar R$ 500 milhões, por meio da emissão de um Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI). O interesse dos investidores tem se mostrado grande, e a expectativa dos bancos que trabalham para vender os papéis é que a demanda supere o montante oferecido.

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O interesse dos investidores tem pouco a ver com a presença de Hang. O papel estar tem remuneração baseada no CDI, em um momento no qual o juro está com tendência de alta, podendo superar 13%. A operação terá o preço definido na sexta-feira (8), e o período de reserva termina um dia antes.

Hang e outros executivos da Havan - vestidos com camisetas verde e amarela - fizeram uma apresentação para um grupo de investidores, gestores e agentes autônomos no dia 31, na sede do BTG, em São Paulo. O público-alvo é o investidor qualificado, com patrimônio investido acima de R$ 1 milhão.

Expansão

Hang destacou que a captação vai permitir à empresa financiar seus planos de expansão, que prioriza cidades acima de 100 mil habitantes ou polos regionais com mais de 200 mil pessoas. A Havan encerrou 2021 com receita líquida de R$ 9,5 bilhões, abertura de 15 lojas e R$ 1,2 bilhão em caixa. Hang recebeu quase R$ 800 milhões em dividendos da Havan em 2021, após a aprovação de uma assembleia extraordinária em dezembro.

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Risco

Se Hang é o principal interlocutor da rede com o mercado, também é o maior risco para a empresa. A casa de análise independente de investimentos Sara Invest, que participou do roadshow do dia 31, vê o empresário como um "diferencial pela excelente execução" da rede varejista. Ao mesmo tempo, o encara como "potencial risco, sobretudo de imagem, tendo em vista o posicionamento político e proximidade com o atual governo". Ou seja, mudanças políticas podem trazer riscos difíceis de mensurar para a Havan, destacam no relatório feito após a reunião, que recomenda a participação na oferta.

O próprio prospecto da operação alerta que a Havan é "dependente de maneira significativa dos serviços prestados pelo Sr. Luciano Hang". Caso Hang deixe, por qualquer motivo, de integrar o quadro diretivo, a Havan "teria dificuldades para substituí-lo, o que poderá prejudicar seus negócios, resultados operacionais e condição financeira".

As declarações de Hang de apoio irrestrito ao presidente Jair Bolsonaro também são citadas nos fatores de risco. O empresário é mencionado como "uma figura pública" que "poderá impactar adversamente a nossa reputação e consequentemente nossos negócios o que poderá impactar negativamente a capacidade de pagamento dos Créditos Imobiliário" pela rede de varejo.

Os papéis a serem emitidos pela Havan terão prazo de cinco anos, e a sinalização é de remuneração de CDI acrescido até o teto de 1,7% ao ano. Espera-se que, dada a demanda, esse prêmio caia um pouco. A operação tem garantia firme dos bancos, ou seja, eles podem ficar com os papéis caso não haja demanda de investidores no mercado. Na oferta de CRI, a emissora dos papéis é a Opea Securitizadora. Na prática, a Havan fará uma emissão de debêntures, que será comprada pela emissora do CRI.

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Além do BTG, a oferta de CRI tem a participação dos bancos Itaú BBA, Safra e XP Investimentos. Antes do CRI, a Havan tentou duas vezes fazer uma abertura de capital (IPO, na sigla em inglês), sem sucesso. A primeira foi em meados de 2020 e a segunda em março de 2021.

 

Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 05/04/22, às 08h00.

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