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Bastidores do mundo dos negócios

Madero quer valer R$ 6,8 bi na Bolsa, quase três vezes o Burger King

 

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Foto do author Altamiro Silva Junior
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O Madero está testando junto a investidores a perspectiva de chegar à Bolsa com valor de mercado de R$ 6,8 bilhões em sua oferta de ações (IPO, na sigla em inglês), o que corresponde a 16 vezes o Ebitda (lucro antes de impostos, depreciação, juros e amortização) projetado para 2022. O valor é quase três vezes superior ao da rede Burger King na B3, negociado pelo valor de R$ 2,59 bilhões na sexta-feira, 13 de agosto.

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Os planos de expansão do Madero estão chamando a atenção, e a marca é bem vista no mercado. Mesmo na pandemia, a rede seguiu com a abertura de lojas. Por isso, há a percepção de que essa é uma das ofertas com chance de ser bem recebida pelo mercado, apesar do ambiente político e macroeconômico mais conturbado.

A rede de restaurantes,  que atua com as bandeiras Madero e Jeronimo, pretende levantar R$ 1,5 bilhão na oferta e investir parte dos recursos em expansão, com a abertura de 1,1 mil lojas, em 10 anos. Hoje, são 231 restaurantes, considerando as duas bandeiras. O conceito de casual food, um fast food mais sofisticado, que faz muito sucesso no exterior e usado na rede Jeronimo, tem agradado.

O retorno financeiro é, normalmente, superior ao de redes fast food. Um comparativo tem sido a norte-americana Shake Shack, na qual há filas para a entrada e que é avaliada em quase US$ 4 bilhões na Nasdaq. A rede Jeronimo tem atualmente  74 lojas e o plano é abrir 700, em 10 anos. Nos restaurantes Madero, hoje com 157 unidades, a ideia é ter mais 400 novos pontos.

Alguns gestores afirmam que, embora o plano de expansão seja interessante, existem pontos a serem analisados, como a sustentabilidade do crescimento, que depende de um público de poder aquisitivo medianamente mais elevado, e de alocação das lojas. Segundo um deles, o crescimento de lojas tem de ser modelado, por conta da perspectiva de quadruplicar de tamanho com um tíquete de consumo maior.

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Dificuldades financeiras

O grupo enfrenta dificuldades financeiras. Apesar de alguns acharem que essas dificuldades são pontuais e relacionadas à pandemia, elas podem influenciar no valor da companhia neste momento. O Madero vai usar metade dos recursos captados para diminuir seu endividamento, que cresceu 40% só este ano. A dívida bruta passou de R$ 705 milhões, em dezembro, para R$ 989,6 milhões em junho. Em relação ao fim de 2019, o passivo quase triplicou.

O Madero fechou junho com um total de obrigações de R$ 1,8 bilhão, entre dívida bruta, arrendamentos, impostos e previdência, expansão de 17,3% em relação a dezembro.

Além da oferta primária, com recursos indo para a empresa, haverá a venda secundária de ações dos sócios, incluindo o empresário Junior Durski, que tem 65% da empresa. O fundo Madrid, da gestora americana Carlyle, que detém 27%, também venderá uma fatia. O fundo investiu R$ 700 milhões na rede em 2017. O IPO é coordenado por BTG Pactual, Bank of America (BofA), Bradesco BBI, Itaú BBA, UBS BB e JPMorgan. Procurado, o Madero está em período de silêncio e não pôde comentar a operação.

 

Esta nota foi publicada no Broadcast+ no dia 13/08/21 às 17h30.

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