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Bastidores do mundo dos negócios

Sob sombra de Americanas, bancões devem somar R$ 23,4 bi de lucro

Essa é a previsão para o resultado dos quatro maiores bancos no quarto trimestre de 2022, de acordo com a média das estimativas de oito casas

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Por Matheus Piovesana (Broadcast)
Os quatro maiores bancos do País são credores da Americanas, que pediu recuperação judicial  Foto: Taba Benedicto/Estadão

Os quatro maiores bancos brasileiros de capital aberto devem mostrar lucro somado de R$ 23,411 bilhões no quarto trimestre de 2022, de acordo com a média das estimativas de oito casas (BTG Pactual, Credit Suisse, Bradesco BBI, Citi, Goldman Sachs, Safra, Santander e UBS BB) consultadas pela Coluna. A temporada de resultados começa nesta semana sob a sombra do caso Americanas, e analistas de mercado divergem sobre os possíveis impactos. O BTG Pactual, por exemplo, atualizou estimativas para incluir esse fator. O Credit Suisse, por sua vez, considera mais provável um provisionamento a partir do primeiro trimestre.

Previsão é de avanço de até 41% nos ganhos

O mercado espera que o BB e o Itaú tenham saltos de 41% e de 16% nos lucros, respectivamente, e antevê quedas de 38% e de 32% para Bradesco e Santander. Desde o ano passado, esperava-se que a temporada fosse desigual para os quatro bancos diante das exposições de cada um a pessoas físicas. A crise da Americanas intensificou essa previsão.

Bradesco é maior credor da varejista

Em termos nominais, o Bradesco é o banco com o maior saldo a receber da Americanas, de R$ 4,8 bilhões, enquanto em termos relativos, o Santander Brasil é o mais exposto, com 0,6% de sua carteira ligados à varejista, segundo cálculos da XP Investimentos. Itaú Unibanco e Banco do Brasil têm, respectivamente, R$ 2,8 bilhões e R$ 1,4 bilhão em créditos junto à empresa.

Provisões podem ser feitas já nos balanços do 4º tri

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Alguns bancos consideram fazer provisões para os créditos da varejista já nos balanços do quarto trimestre, que começam a ser divulgados na próxima semana. Embora a recuperação judicial da Americanas tenha ocorrido em 2023, as instituições financeiras podem adiantar o provisionamento ao informar um fato subsequente.

O fato subsequente é uma forma de a empresa comunicar um fator relevante, que mude a posição financeira, mas que tenha acontecido após o período a que o balanço se refere. A Americanas teve o pedido de recuperação judicial aprovado no último dia 19, e a lista de credores coloca os bancos como os mais afetados, embora ainda seja alvo de disputa.

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O BTG, que já havia calculado estimativas para os balanços dos bancos antes do caso Americanas, refez a conta para considerar que cada um deles fará uma provisão adicional já no fechamento contábil de 2022. A mudança derrubou as previsões em até 30% (caso do Bradesco), mas não mudou a estimativa dos analistas para o lucro do Banco do Brasil.

Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 26/01/2023, às 13h51

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