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Bastidores do mundo dos negócios

SteelCorp, de Roberto Justus, investe R$ 30 mi na construção em aço

Grupo comprou fabricante de estruturas Tecno Frame e vai triplicar produção

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Foto do author Circe Bonatelli
Roberto Justus, controlador da SteelCorp, e Daniel Gispert, presidente da empresa Foto: SteelCorp

A SteelCorp, empresa de construção baseada em estruturas de aço, comprou a fabricante Tecno Frame pelo valor de R$ 14 milhões. O negócio envolverá ainda investimentos de outros R$ 16 milhões para aumentar a capacidade de produção. Portanto, os aportes totalizarão R$ 30 milhões. O negócio, fechado nos últimos dias de 2023, indica o aquecimento do mercado de construção industrializada no Brasil para 2024.

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A SteelCorp é uma das empresas que tem buscado desbravar o segmento. O grupo aposta em elementos feitos em aço, o chamado light steel frame no jargão do setor. A empresa tem como sócios o empresário Roberto Justus (com 52% de participação) e a gestora de recursos Reag (30%). Os demais 18% estão nas mãos dos executivos do grupo.

A aquisição será um marco importante na trajetória de expansão dos negócios da SteelCorp. O grupo tem uma previsão de atingir R$ 700 milhões de faturamento em 2024, sendo que cerca de um terço dessa receita terá origem na empresa adquirida.

A Tecno Frame figura como uma das maiores produtoras de light steel frame do País, e possui uma fábrica na cidade de Arujá (SP). Dali saem estruturas em aço, painéis prontos para paredes e fachadas e até módulos de banheiros. Agora, a planta da Tecno Frame será transferida para Cotia (SP), a menos de 20 quilômetros de São Paulo e da sede da SteelCorp. Com isso, a capacidade anual de produção passará de 1,5 mil toneladas para 4,1 mil toneladas, e o quadro de funcionários passará de 40 para 75. O novo local também terá um showroom.

Fazenda de Roberto Justus construída em sistema de estruturas de aço chamada de 'light steel frame' Foto: SteelCorp

Há cada vez mais empresas adotando elementos estruturais e módulos prontos feitos em fábricas e enviados para montagem nos canteiros. Esse modelo tem a vantagem de diminuir o tempo das obras e gerar menos resíduos de construção. Por outro lado, ainda esbarra na falta de padronização dos sistemas construtivos e na variedade de legislações locais, o que desafia os ganhos de escala e redução dos preços. Hoje, no Brasil, menos de 10% das obras são realizadas via construção industrializada. Os sistemas de light steel frame representam menos de 1% do bolo total de obras.

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“Entramos nesse negócio justamente para criar uma empresa escalável, e o caminho para isso é elevar cada vez mais os níveis de industrialização dos nossos projetos”, afirmou o presidente da companhia, Daniel Gispert. “Quanto mais nós conseguirmos levar a obra ‘do canteiro para dentro da indústria’, mais poderemos escalar, diminuindo custos e aumentando a qualidade de tudo o que é produzido”, explicou.

Com isso em vista, a SteelCorp verticalizou a operação. O grupo abrange construtora e fábrica própria, além de uma plataforma para formação de profissionais em light steel frame e outra plataforma de financiamento a esse tipo de operação. Considerando clientes com contrato assinado em fase de preparação, obra ou finalização, o grupo tem cerca de 20 projetos em andamento. Entram aí mansões em condomínios fechado, tendo, inclusive, o próprio Roberto Justus como cliente.

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