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A incorporadora Viver está se preparando para dar musculatura à Solv, braço de negócios que busca lucrar com a retomada de obras paradas e afundadas em brigas judiciais. A empresa foi criada anos atrás para encontrar soluções para os canteiros parados da própria Viver, que atravessou um processo de recuperação judicial (já finalizado). De lá pra cá, o negócio se mostrou mais rentável que a atividade original do grupo - construir e vender apartamentos - e acabou se transformando no principal filão lá dentro.
A Viver tinha cinco condomínios com obras paradas. Um foi vendido, três retomados e terminados, e o quinto e último está em fase final de conclusão. O trâmite passa por renegociação das dívidas com bancos e captação de recursos extras. Os compradores de imóveis na planta são peças fundamentais nesse ínterim. Muitos decidem sair do negócio e reaver os valores já pagos, enquanto outros são convencidos a terminar de pagar para receber o imóvel.
Negócio entrou em fase de crescimento
O presidente da Viver, Ricardo Piccinini, explica que a Solv já ultrapassou a fase de testes do plano de negócios e entrou na etapa de crescimento, com aquisição de projetos de terceiros. Neste momento, o portfólio conta com outros três empreendimentos vindos de outras incorporadoras (na Vila Mariana e Liberdade, em São Paulo, e outro em Diadema, na região metropolitana). Uma obra já foi retomada, outra recomeçará em até três meses, e a última está na fase de negociação com as partes.
Outros cinco projetos estão no radar da Solv. O plano é montar um portfólio que tenha capacidade de tocar de cinco a dez obras por ano. A companhia mapeou a existência de aproximadamente 1.500 canteiros problemáticos só na Região Sudeste. Mesmo com fartura de "matéria-prima", o foco é rentabilidade e não crescimento acelerado, ponderou Piccinini.
Como se trata de um negócio de risco mais elevado, a margem projetada é maior que a da atividade tradicional de incorporação imobiliária. Além disso, o processo de compra dos projetos problemáticos é relativamente lento, pois envolve cláusulas que protegem a companhia contra riscos de não encontrar uma solução para retomar as obras.
Dinheiro para expansão virá de uma debênture
Com o quadro persistente de juros e inflação em alta, o presidente da Viver acredita que uma parte das incorporadoras possa sofrer com estoques não vendidos e falta de dinheiro em caixa, mas este não é um problema generalizado hoje. Como ele diz: "o escapamento costuma cair só uns quilômetros depois de passar rápido na lombada. Hoje, não tem mais obras parando, mas estamos atentos às oportunidades no futuro".
O dinheiro para expansão da Solv virá da emissão de uma debênture conversível em ação que será ancorada pela BPS Capital. Se confirmado o processo, ela assumirá a posição de principal acionista, diluindo a participação de liderança que hoje pertence à Jive, conforme noticiou a Coluna em maio.
Esta reportagem foi publicada no Broadcast+ no dia 25/07/2022, às 16:18.O Broadcast+ é uma plataforma líder no mercado financeiro com notícias e cotações em tempo real, além de análises e outras funcionalidades para auxiliar na tomada de decisão.
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