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Bolsa: Alexandre Padilha tira a pressão sobre B3 após crítica de Lula à independência do BC

Dólar à vista ensaiou uma nova arrancada em meio aos ruídos políticos e aversão ao risco no exterior, mas perdeu força; moeda americana está cotada a R$ 5,17

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Por Redação
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Alexandre Padilha e Lael Brainard. Esses nomes foram definidores de uma mudança de tendência nos mercados financeiros na tarde desta quinta-feira, 19. Aqui, houve alívio nas taxas de juros e no câmbio, abrindo espaço para o salto da Bolsa quase aos 113 mil pontos. Lá fora, as perdas das Bolsas de Nova York foram aparadas. O dólar à vista ensaiou uma nova arrancada em meio aos ruídos políticos e aversão ao risco no exterior, mas perdeu força na reta final dos negócios e terminou o dia em leve alta de 0,16%, cotado a R$ 5,1707.

Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais, e Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República  Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

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O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, foi ao Twitter para ajustar falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que criticou o nível dos juros e o que chamou de independência do Banco Central. Segundo Padilha, não há “nenhuma predisposição” do governo em mudar a relação com o BC. O ministro disse ainda que Lula deu autonomia ao trabalho de Henrique Meirelles quando esse foi presidente da autarquia e não mudará de postura agora com Roberto Campos Neto. Aliás, o presidente do BC contemporizou as críticas de Lula, dizendo que elas foram tiradas de contexto e que a autarquia tem de mostrar que vai agir de forma independente.

Assim, os juros futuros, que chegaram a saltar 40 pontos pela manhã, fecharam em leve alta. O janeiro 2027, mais atrelado ao risco, passou de 12,43% no ajuste de quarta para 12,52% quinta. Movimento semelhante de descompressão ocorreu no dólar, com o segmento futuro operando em queda e o à vista encerrando em 5,1707 (+0,16%), depois de tocar os R$ 5,25 pela manhã.

No câmbio, houve ajuda adicional do fator externo. Nos Estados Unidos, Brainard, que é vice-presidente do Federal Reserve, fez um discurso considerado ameno, chancelando as apostas de diminuição da intensidade do aperto ao ressaltar que a inflação tem diminuído e que os efeitos da política monetária ainda estão para ocorrer. As Bolsas de Nova York diminuíram as perdas, ainda que tenham terminado em queda dado o temor de recessão que ainda paira nos agentes - Dow Jones cedeu 0,76% e Nasdaq recuou 0,96%.

De volta ao Brasil, o Ibovespa embalou a alta à tarde e fechou aos 112.921,88 pontos, valorização diária de 0,62% e ganho acumulado no ano já quase em 3%. O arrefecimento do DI e do câmbio deu espaço para que o setor ligado a commodities subisse forte. Destaque ainda para a perda de 42,53% da Americanas, que entrou com pedido de recuperação judicial nesta quinta e sairá de todos os índices da B3.

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