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Desperdício logístico equivale a 5% do PIB do Brasil, estima Cosan

Especialistas discutem os desafios do setor no Summit Agronegócio Brasil 2015, evento do jornal 'O Estado de S. Paulo' com patrocínio da Faesp

Por Camila Turtelli e Renato Oselame
Especialistas discutem os desafios do setor no Summit Agronegócio Brasil 2015 Foto: Felipe|Rau|Estadão

SÃO PAULO - O presidente da Cosan, Marcos Lutz, reforçou a necessidade de diversificar os modais brasileiros para melhorar a logística da produção do agronegócio nacional. O executivo defendeu o aumento da participação das ferrovias na composição total dos transportes. 

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"Claramente o agronegócio será uma das principais forças para a economia brasileira nos próximos anos e um dos importantes pilares para sairmos da crise em que estamos hoje", afirmou, durante palestra no Summit Agronegócio Brasil 2015, evento do jornal O Estado de S. Paulo, com patrocínio da Faesp. Lutz estimou que o desperdício pelos gargalos logísticos no Brasil equivale a 5% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.

Segundo o executivo, o custo médio do transporte de grãos no País é quatro vezes maior que o de concorrentes, como Argentina e Estados Unidos. Como exemplo, o presidente da Cosan afirma que o transporte de uma tonelada de Lucas do Rio Verde (MT) a Santos (SP) por rodovia custa R$ 310. 

"Basicamente gastos em pneus, diesel e caminhões (depreciação) não pagam a conta das estradas de Mato Grosso, que ficam destruídas". Em contraste, se o produto fosse transportado por caminhões até Rondonópolis (MT), e depois enviado via ferrovia ao porto, o custo seria de R$ 270 por tonelada. "Isso inclui o investimento feito (no modal) que, uma vez pago, está pago", esclarece.

Como outros palestrantes do painel "Desafios da logística", Lutz também ponderou que a iniciativa privada precisa agir para melhorar o escoamento da produção. Nessa linha, ele cita que a Rumo ALL, empresa do grupo, pretende investir R$ 7,4 bilhões até 2019. O montante se refere à renovação da frota de cinco mil vagões e duzentas locomotivas, além da reforma de mais de três mil quilômetros de vias permanentes e construção de novos pátios. 

O diretor presidente da JSL Logística, Fernando Antônio Simões, defende que a iniciativa privada e o governo atuem conjuntamente para explorar soluções que melhorem o escoamento da produção do agronegócio no País. "As indústrias que tiverem solução própria precisam avançar e empresários de menor volume têm que se juntar, criar alianças", disse. "O governo tem responsabilidade, mas não esperemos a contribuição (para agir). Vamos melhorar o que já existe para soluções imediatas, e não de longo prazo", afirmou.

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