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Ferramenta online para a realização de coaching vale a pena?

Por Gustavo Coltri e /COLABOROU MÁRCIA RODRIGUES

Prometendo desenvolver competências e impulsionar o crescimento profissional dos colaboradores nas empresas, o coaching popularizou-se nos últimos anos. Ao se tornar uma espécie de moda nas estratégias das equipes de recursos humanos, o processo de aprendizagem ganhou também várias formas, indo além da relação individual de aconselhamento.Disponível em uma plataforma online, o e-coaching é, por exemplo, a aposta da empresa Your Life. "Ele tem o conceito e metodologia do coaching tradicional, mas não é totalmente presencial. É uma mescla de atividades", explica o CEO da Your Life do Brasil, Rubens Gurevich.Cobrador. A grande vantagem do instrumento, segundo ele, é a possibilidade de gerenciar os planos de ação para cada trabalhador. "O grande problema do RH é exatamente fazer isso. O sistema é, na verdade, um grande cobrador", afirma ele.O ciclo básico do e-coaching dura seis meses e, nesse período, o programa pretende desenvolver duas competências. O primeiro passo envolve uma avaliação do perfil comportamental do participante. Feito o levantamento das características do usuário, a plataforma desenvolve um plano de ação que inclui exercícios online. "Se uma pessoa identifica que precisa aprender a dizer não sem se sentir culpada, o sistema monta um plano para que ela desenvolva essa competência", exemplifica.O desempenho dos usuários nas atividades é reunido em indicadores que ficam à disposição de uma rede avaliadora - conjunto de pessoas que envolve gestores, profissionais de recursos humanos e colaboradores. "A grande diferença do e-coaching para o coaching tradicional são os múltiplos avaliadores." O programa tem ainda três encontros presencias em grupo para o direcionamento das metas a atingir.Outra vantagem, segundo Gurevich, é a possibilidade de aplicação do programa a grupos de funcionários, tornando o investimento mais barato para as empresas. Os pacotes do Your Life variam de R$ 400 a R$ 1 mil por pessoa em um semestre de serviços. Dez sessões do coaching presencial variam de R$ 5 mil a R$ 15 mil, de acordo com o CEO da companhia.Na prática. Desde agosto de 2010, a diretoria regional dos Correios em São Paulo adota a ferramenta e, de acordo com a psicóloga responsável, Maria Ercilia Mota Lima, a companhia tem a "expectativa de que cada participante construa seu próprio plano de desenvolvimento, sinta-se responsável por ele, e encontre nos feedbacks recebidos um caminho para seu aperfeiçoamento profissional".Maria Ercilia considera a utilização das ferramentas tecnológicas uma solução prática para a empresa, na medida em que os usuários permanecem nos postos de trabalho, recebem retornos, constroem planos pessoais de desenvolvimento e são monitorados. "E tudo isto é feito online", justifica.Na opinião do presidente da Sociedade Brasileira de Coaching (SBC), Villela da Matta, as plataformas não presenciais são importantes instrumentos para o desenvolvimento de competências, mas não substituem o coaching tradicional, que envolve atendimento personalizado, face a face. Nesse sentido, a SBC adota a plataforma Cornerstone OnDemand apenas como apoio. "Até um determinado passo, que é o de determinar competência, atividades e metas e fazer follow up (acompanhamento), ela é ótima. É um apoio inicial, mas cada indivíduo tem características próprias, pontos fortes e fracos", diz Matta. Mas ele ressalta a necessidade de uma orientação individualizada. Para Gurevich, a motivação dos usuários permite que as atividades semipresenciais alcancem pleno resultado."Nossos casos mostram isso. Tudo depende da pessoa que está do lado de lá. Se existe alguém que está disposto a se desenvolver, não há diferenças."Contato. Quando a opção for pelo serviço a distância, a vice-presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH ), Elaine Saad, aconselha que especialistas e clientes comecem o trabalho com uma consulta física para se conhecerem e estreitarem a relação. Ao término da consultoria, ela também recomenda uma atividade cara a cara. "O e-coaching pode funcionar, mas precisa respeitar os conceitos aplicados no coaching, principalmente a relação entre o profissional que está sendo atendido com o orientador", avalia a especialista.

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