PUBLICIDADE

Publicidade

Haddad defende trabalho conjunto de países do G-20 para tributar ‘super-ricos’

Ministro da Fazenda participou presencialmente de evento com ministros e presidentes dos bancos centrais, após testar negativo para covid-19

Foto do author Altamiro Silva Junior
Foto do author Eduardo Laguna
Foto do author Francisco Carlos de Assis
Por Altamiro Silva Junior (Broadcast), Cristina Canas (Broadcast), Eduardo Laguna (Broadcast) e Francisco Carlos de Assis (Broadcast)

Participando pela primeira vez de forma presencial no G-20, depois de testar negativo para covid-19, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender a taxação dos mais ricos, em toda a economia global. “Soluções efetivas para que os super-ricos paguem sua justa contribuição em impostos dependem de cooperação internacional.”

PUBLICIDADE

“Essa cooperação já existe. Nos últimos dez anos, conseguimos avanços muito importantes em áreas como troca de informações, transparência, e níveis mínimos de tributação”, disse Haddad, citando o trabalho do próprio G-20 e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

“Apesar dos avanços recentes, é um fato inquestionável que os bilionários do mundo continuam evadindo nossos sistemas tributários por meio de uma série de estratégias”, afirmou o ministro. Haddad citou o mais recente relatório do EU Tax Observatory sobre evasão fiscal, citando que o documento demonstrou que bilionários pagam uma alíquota efetiva de impostos equivalente a entre 0 e 0,5% de sua riqueza.

“Colegas, eu sinceramente me pergunto como nós, ministros da Fazenda do G-20, permitimos que uma situação como essa continue”, questionou Haddad.

Fernando Haddad participa do último dia de reuniões do G-20, em SP Foto: NELSON ALMEIDA / AFP

Ele não participou das reuniões presenciais do G-20 nem do lançamento do plano de proteção cambial do governo, pois testou positivo para a covid. Na quarta-feira, 28, ele disse que voltou a fazer teste e deu negativo e hoje, 29, novamente fez outro, também negativo. Por isso, resolveu comparecer à reunião.

“Tinha comprado um sapato novo, um terno novo para vir à reunião”, brincou o ministro. O Brasil é o atual presidente do G-20 e Haddad falou que estava ansioso por participar do encontro pessoalmente.

Haddad anunciou que a presidência brasileira do G-20 buscará construir uma declaração sobre tributação internacional até a reunião de ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais de julho, marcada para os dias 25 e 26 no Rio de Janeiro.

Publicidade

”Consultaremos todos os membros e trabalharemos em conjunto para termos um documento equilibrado, porém ambicioso, que reflita as nossas legítimas aspirações”, declarou Haddad ao abrir a sessão sobre tributação internacional do G-20. Após considerar que não vê contradição entre as diferentes agendas de tributação internacional, o ministro fez um chamado para que a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) trabalhem juntas nesta frente, unindo a legitimidade e a força política da primeira à capacidade técnica da segunda.

”Se unirmos esforços e levarmos em conta as pesquisas na área, podemos continuar avançando em nossa cooperação tributária internacional e diminuindo as oportunidades para que um pequeno número de bilionários continue tirando proveito de buracos em nosso sistema tributário para não pagar sua justa contribuição”, declarou o ministro.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.