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Kirchner quer apoio de Lula contra credores internacionais

Por Agencia Estado
Atualização:

A Argentina e o Brasil poderão viver um clima de tensão diplomática, nos próximos dias, repetindo o cenário de setembro do ano passado, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou-se a apoiar seu colega Néstor Kirchner durante as duras negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI), as quais incluíram até um breve default com o organismo. Kirchner vai pedir à Lula que o apóie nas duríssimas negociações que mantém com os credores internacionais no processo de reestruturação da dívida em default. A informação foi confirmada por uma fonte do Palácio San Martin, sede da chancelaria argentina, que evitou entrar em detalhes sobre o assunto. A fonte apenas disse que a "Argentina precisa somar gestos políticos de peso para que as pressões contra o país cedam um pouco e alivie o clima para que as negociações tenham um bom andamento". Segundo a fonte, "o governo pedirá um gesto político de Lula", que até o momento não emitiu nenhum sinal de apoio à Nestor Kirchner, nem mesmo um telefonema, como o fizeram alguns presidentes da região, no ano passado, por ocasião do endurecimento de Kirchner nas negociações com o FMI. Um episódio que valeu semanas de tensão entre ambos e muito trabalho para os diplomatas dos dois países para desmentir que houve "saia justa" entre Kirchner e Lula. O argumento utilizado pelo Itamaraty, naquela ocasião, foi bastante lógico: um país, embora seja o principal sócio do Mercosul, cujos presidentes compartilham idéias sobre questões políticas e sociais, não pode interferir na política e na estratégia de negociação do outro. Uma fonte diplomática brasileira disse que por esse motivo, não acredita que a Argentina pedirá esse tipo de apoio ao Brasil. "Seria um despropósito", disse a fonte. De qualquer forma, alguns diplomatas consideram que Lula já emitiu sinais em favor da Argentina, recentemente, ao criticar a receita única de ajuste fiscal duro do FMI. Argentina conquistou 7 mercados novos em 2003 A Argentina conquistou sete novos mercados em 2003, segundo um levantamento realizado pelo Centro de Estudos Bonaerenses (CEB), que revelou também que 120 países aumentaram suas compras de produtos argentinos, enquanto que 50 reduziram suas importações da Argentina. O CEB afirma que os mercados mais dinâmicos no ano passado foram: China, Polônia, Turquia, Vietnan e Marrocos. "Todos estes países incrementaram as compras de produtos argentinos em mais de 90%, comparando com 2002 e o montante das mesmas foi superior a US$ 100 milhões", destaca o relatório. A grande estrela para a Argentina foi a China, que comprou seus produtos por US$ 2,4 bilhões, 125% a mais que em 2002. No ano passado, as exportações argentinas cresceram 15,8%, chegando aos US$ 29,3 bilhões. "A quantidade de mercados abastecidos pela Argentina aumentou de 170, em 2002, para 177, em 2003", ressalta o relatório. Os novos mercados que se abriram para a Argentina foram: Antillas Holandesas, Aruba, Chade, Guiné Biassau, os Territórios Autônomos Palestinos, San Marino e Botswana.

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